A recepção das premissas de Haeckel na obra de Jung
DOI:
https://doi.org/10.22409/1984-0292/v31i1/5572Palavras-chave:
filogênese, ontogênese, interdisciplinaridade, Jung, HaeckelResumo
Este artigo analisa a apropriação da teoria da recapitulação da filogênese pela ontogênese do biólogo Ernst Heinrich Philipp August Haeckel pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung na formulação de seu projeto de psicologia, denominado Psicologia Analítica. Para isso, foram utilizadas definições contidas na obra Símbolos da Transformação, além do conceito de arquétipo, que estabelecem diálogos entre os campos da biologia e da psicologia. A formação biológica de Jung, aliada a seu interesse e prática no campo da psicologia, possibilitou uma ampliação em seu modo de conceber os fenômenos que observava. A tentativa de abordar um tema tanto pelo viés biológico quanto psicológico revela não só um cuidado como, também, o compromisso com a produção de conhecimento, que, mais do que buscar engrandecer seu campo original de trabalho, pretende estabelecer o diálogo interdisciplinar. Sendo o livro Símbolos da Transformação a obra através da qual Jung se prontifica a divulgar suas teorias e ideias próprias, podemos depreender que ao utilizar em tal trabalho certas premissas de Haeckel o autor acaba nos revelando uma de suas importantes influências epistemológicas.
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