Como vaga-lumes na escuridão:
histórias de adolescentes em instituição de acolhimento
DOI:
https://doi.org/10.22409/1984-0292/v33i2/5821Palavras-chave:
acolhimento institucional, adolescência, histórias de vida, passagemResumo
O artigo apresenta e analisa histórias de vida produzidas a partir de uma experiência realizada com meninas adolescentes em uma instituição do Sul do Brasil. A pesquisa buscou compreender como essas jovens em situação de acolhimento institucional atribuem sentidos às suas vivências e quais processos de subjetivação estão implicados nesses sujeitos marcados pela infâmia. O trabalho está articulado à esfera da Proteção Social Especial e faz uso de algumas chaves de leitura de Michel Foucault para pensar as experiências vivenciadas pelas adolescentes, bem como as relações que atravessam grande parte das instituições de acolhimento brasileiras. Faremos esse exercício analítico com o uso da governamentalidade e da subjetivação. Para compor as histórias de vida inspiradas nos encontros desenvolvidos com as duas participantes da pesquisa, utilizamos o método da cartografia, desenvolvido por Gilles Deleuze e Félix Guattari. A partir desta experiência, problematizamos os efeitos do processo de acolhimento institucional e fomos desafiadas pelas outras possibilidades de resistência e de produção de subjetividades na adolescência.
Downloads
Referências
AGAMBEN, G. O que resta de Auschwitz: o arquivo e a testemunha. (Homo Sacer III). Tradução: Selvino J. Assmann. São Paulo: Boitempo, 2008.
ARPINI, D. M. Repensando a perspectiva institucional e a intervenção em abrigos para crianças e adolescentes. Psicologia: Ciência e Profissão, 21(3), 70-75, 2003.
BARROS, R. B. Grupo: a afirmação de um simulacro. 2. ed. Porto Alegre: Sulina, 2009.
BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política. In: _____. Obras escolhidas. Vol. 1. São Paulo: Brasiliense, 1987. p. 222-232.
BLANCHOT, M. A fala cotidiana. In: ______. A conversa infinita 2: a experiência limite. Tradução: João Moura Jr. São Paulo: Escuta, 2007. p. 235-246.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, 1990. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm>. Acesso em: 09 jun. 2016.
COSTA, L. B. O destino não pode esperar ou o que dizer de uma vida. In: FONSECA, T. M. G.; COSTA, L. B. (Orgs.). Vidas do Fora: habitantes do silêncio. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2010.
DELEUZE, G. Diferença e Repetição. 2. ed. Tradução: Luiz Orlandi, Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal, 2006.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Kafka: Por uma literatura menor. Tradução: Cíntia Vieira da Silva. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014.
DIAMOND, I.; QUINBY, L. Feminism & Foucault: Reflections on resistance. Boston: Northeastern University Press, 1988.
DIDI-HUBERMAN, G. Sobrevivência dos vaga-lumes. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.
FOUCAULT, M. A escrita de si. In: _____. O que é um autor? Lisboa: Passagens. 1992. p. 129-160.
FOUCAULT, M. A governamentalidade. In: _____. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
FOUCAULT, M. A vida dos homens infames. In: _____. Estratégia, poder-saber. Ditos e escritos IV. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003, p. 203-222. Disponível em <https://ayrtonbecalle.files.wordpress.com/2015/07/foucault-m-a-vida-dos-homens-infames.pdf>. Acesso em: 8 outubro 2016.
FOUCAULT, M. Dits et Écrits. Vol. IV. Paris: Gallimard, 1994.
FOUCAULT, M. História da sexualidade 2; o uso dos prazeres. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1984.
FOUCAULT, M. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. 27. ed. Tradução: Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 1987.
GUATTARI, F.; ROLNIK, S. Micropolítica: cartografias do desejo. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1986.
LEVY, T. S. A experiência do fora: Blanchot, Foucault e Deleuze. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.
NIETZSCHE, F. Segunda consideração intempestiva. Da utilidade e desvantagem da história para a vida Tradução: Marco Antônio Casanova. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2003.
OUTEIRAL, J. Adolescer. Estudos sobre a adolescência. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
OZELLA, S. A adolescência e os psicólogos: a concepção e as práticas dos profissionais. In: _____. (Org.). Adolescências construídas: a visão da psicologia sócio-histórica. São Paulo: Cortez, 2003. p. 13-22.
PASSOS, E.; BENEVIDES, R. Complexidade, transdisciplinaridade e produção de subjetividade. In: FONSECA, T. M. G.; KIRST, P. G. (Orgs.). Cartografias e Devires: a construção do presente. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003. p. 81-90.
PASSOS, E.; BARROS, R. B. A cartografia como método de pesquisa-intervenção. In: PASSOS, E.; BARROS, R. B.; ESCÓSSIA, L. (Orgs.). Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2010. p. 17-31.
PASSOS, E.; BARROS, R. B.; ESCÓSSIA, L. (Orgs.). Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2010.
PORTELLA, E. M. B. Proteção social: a experiência dos adolescentes em acolhimento institucional. 2016. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Serviço Social, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS. Recuperado em 08 de outubro de 2016, de http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3936
STREY, M. N. A “Criação” do corpo feminino ideal. In: STREY, M. N.; CABEDA, S. T. L. Corpos e Subjetividades em exercício multidisciplinar. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004, p. 225-254.
Publicado
Versões
- 2021-11-12 (2)
- 2021-08-31 (1)
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Érica Franceschini, Viviane Inês Weschenfelder
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Na medida do possível segundo a lei, a Fractal: Revista de Psicologia renunciou a todos os direitos autorais e direitos conexos às Listas de referência em artigos de pesquisa. Este trabalho é publicado em: Brasil.
To the extent possible under law, Fractal: Revista de Psicologia has waived all copyright and related or neighboring rights to Reference lists in research articles. This work is published from: Brasil.