Relações Sociais de Sexo e Psicodinâmica do Trabalho: a sexuação das defesas no trabalho de <em>care</em>

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/1984-0292/v30i2/5870

Palavras-chave:

Relações Sociais de Sexo, Psicodinâmica do Trabalho, sistemas defensivos, trabalho de care

Resumo

Este artigo se propõe a apresentar algumas pesquisas analisadas por Pascale Molinier acerca dos sistemas defensivos contra o sofrimento no trabalho de care. Para ela, se as situações de trabalho que produzem sofrimento não são as mesmas para homens e mulheres, os sofrimentos e, consequentemente os sistemas defensivos para lidar com eles, serão sexuados – alguns são masculinos, outros femininos. Sob o ângulo combinado da Psicodinâmica do Trabalho e das Relações Sociais de Sexo, as pesquisas de Molinier permitem demonstrar que esta tendência à “sexuação” das defesas se dá não em função da “natureza” dos homens e das mulheres, e sim em decorrência da divisão sexual do trabalho. Estas pesquisas evidenciam ainda que certas modalidades da subjetividade classicamente atribuídas à constelação psíquica da feminilidade são, em grande parte, diferenciações contingentes e secundárias à experiência do trabalho.Palavras-chave: Relações Sociais de Sexo; Psicodinâmica do Trabalho; sistemas defensivos; trabalho de care.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Livia Borges Hoffmann Dorna, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ

Doutora em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (bolsista Capes - 2014 a 2018). Mestre em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (bolsista Capes/Reuni - 2012 a 2014). Especialista em Gestão de Pessoas (2008) e em Gestão de Operações de Serviços (2011) pela Fundação Getúlio Vargas. Graduada em Psicologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2006). Professora convidada da pós graduação em Pedagogia Empresarial com Ênfase em Educação Corporativa na Univeritas, na disciplina de Comportamento Organizacional (2018). Professora substituta do Departamento de Psicologia da Universidade Federal Fluminense, polo Volta Redonda (2015 a 2017). Professora convidada da pós graduação em Psicologia do Trabalho na Universidade de Barra Mansa, nas disciplinas de Ergonomia & Ergologia e Saúde & Segurança do Trabalhador (2013 e 2014). Experiência de 8 anos na área de Gestão de Pessoas, com ênfase nos processos de Recrutamento e Seleção, Programas de Saúde e Qualidade de Vida, Endomarketing, Integração de Novos Colaboradores, Programas de Estágio, Programa de Formação de Supervisores, Avaliação de Desempenho, Pesquisa de Clima Organizacional, Programa de Remuneração, Relatórios Gerenciais e Consultoria Interna.

Hélder Pordeus Muniz, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal da Paraíba (1988), mestrado em Educação pela Universidade Federal da Paraíba (1993) e doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000). Fez estágio de Pós-doutorado no Programa de Pós-graduação em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro(2008-2009) e no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo (2016-2017). Atualmente é professor titular da Universidade Federal Fluminense trabalhando na graduação e na Pós-graduação em Psicologia. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Social Subjetividade e Trabalho, atuando principalmente nos seguintes temas: gestão do trabalho, formação profissional, saúde e trabalho,coletivos de trabalho e análise do trabalho e da atividade.

Referências

DEJOURS, C.; ABDOUCHELI, E. Itinerário teórico em psicopatologia do trabalho. In: DEJOURS, C.; ABDOUCHELI, E.; JAYET, C. Psicodinâmica do trabalho: contribuições da Escola Dejouriana à análise da relação prazer, sofrimento e trabalho. São Paulo: Atlas, 1994. p. 119-145.

DEJOURS, C. Addendum - Da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho. In: LANCMAN, S.; SZNELWAR, L. I. (Org.). Da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho. Rio de Janeiro: Fiocruz, Brasília: Paralelo 15, 2008. p. 127-139.

DEJOURS, C. Trabalho vivo (tomo I): sexualidade e trabalho. Brasília: Paralelo 15, 2012.

HIRATA, H.; KERGOAT, D. Rapports sociaux de sexe e psychopathologie du travail. Travailler, v. 37, n. 1, p. 163-203, 2017/1. doi: 10.3917/trav.037.0163

HIRATA, H.; KERGOAT, D. Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 37, n. 132, p. 595-609, set./dez. 2007. doi: 10.3917/trav.037.0163

KERGOAT, D. Em defesa de uma sociologia das relações sociais: da análise das categorias dominantes à elaboração de uma nova conceituação. In: KARTCHEVSKY, A. et. al. (Colab.) O sexo do trabalho. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. p. 79-93.

KERGOAT, D. Divisão sexual do trabalho e relações sociais de sexo. In: HIRATA, H. et al. (Org.). Dicionário crítico do feminismo. São Paulo: Unesp, 2009. p. 67-75.

MOLINIER, P. Autonomie morale subjective et construction de l’identité sexuelle: l’apport de la psychodynamique du travail. Revue Internationale de Psychosociologie, v. 3, n. 5, p. 53-62, 1996.

MOLINIER, P. Psicodinâmica do trabalho e relações sociais de sexo: um itinerário interdisciplinar (1988-2002). Production, São Paulo, v. 14, n. 3, p. 14-26, set./dez. 2004. doi: 10.1590/S0103-65132004000300003

MOLINIER, P. Féminité sociale et construction de l’identité sexuelle: perspectives théoriques et cliniques en psychodynamique du travail. L’orientation scolaire et professionnelle, v. 31, n. 4, p. 565-580, 2002. doi: 10.4000/osp.3438

Downloads

Publicado

2018-07-19

Como Citar

DORNA, L. B. H.; MUNIZ, H. P. Relações Sociais de Sexo e Psicodinâmica do Trabalho: a sexuação das defesas no trabalho de <em>care</em>. Fractal: Revista de Psicologia, v. 30, n. 2, p. 154-160, 19 jul. 2018.

Edição

Seção

Dossiê Psicologia, modos de vida e trabalho: mobilizando um patrimônio de conceitos e autores