Presságios da letra de uma carta de amor
DOI:
https://doi.org/10.22409/1984-0292/v32i3/5935Palavras-chave:
amor, gozo, letra, psicanálise, contingênciaResumo
O presente artigo advém da necessidade de explicitar o tema da letra em seu uso na constituição do ser de fala e de sua correlação na instauração do amor. Um amor que se inscreve quando a letra convoca algo do ser para a literalidade, possibilitando, concomitantemente, um lugar para o sujeito bem como para um vazio que o constitui, permanentemente. Desde Freud podemos antever um flerte com a literatura e suas letras. Lacan amplia este percurso para outras artes delineando a imprescindível função da letra na constituição do sujeito de fala e do advento amoroso. A partir deste legado, almejo perpassar a questão do amor com o vazio que nunca se preenche a partir da inscrição promovida pela letra. Afirma-se neste artigo a importância de sustentar para o amor algo que sempre escapará à função significante, embora demande ser escrito para que possa existir. Desde esta perspectiva se abre um modo de sustentar um lugar para o amor onde a contingência do encontro não se desfaça e os sujeitos possam brincar com o fazer de suas letras.
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