O professor e sua responsabilidade na sociedade contemporânea

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/1984-0292/v32_i-esp/38852

Palavras-chave:

professor, responsabilidade social, sociedade contemporânea

Resumo

A sociedade contemporânea pode ser caracterizada por cinco aspectos que constituem as pontas de um pentagrama. Vivemos em uma sociedade escolarizada, em que a escola ocupa o lugar central da organização social; cientificista, dado que todo conhecimento presente no cotidiano tem reconhecimento social se legitimado pela ciência; mercadológica, uma vez que a lógica econômica rege as vidas das pessoas; judicializada, no momento em que as pessoas optam pelas vias jurídicas para solucionar seus problemas pessoais, negando a possibilidade do diálogo; e medicalizada, em que os problemas sociais são compreendidos à luz da ciência médica como patológicos. O presente texto visa examinar como os cinco aspectos que constituem o pentagrama da sociedade contemporânea estão presentes no ofício docente e em que medida o professor abdica de sua responsabilidade social. Procura-se demonstrar que, no decorrer das últimas décadas, ocorreu a precarização do magistério, sua desqualificação na formação e no exercício profissional. Cada vez mais, os professores atuam como cumpridores de um programa educacional desvinculado de sua realidade de sala de aula.

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Biografia do Autor

  • Ingrid Lilian Fuhr, Centro Universitário de Brasília, Brasília, DF
    Doutorado e mestrado em Educação com Graduação em Pedagogia pela Universidade de Brasília/UnB. Leciona na graduação e pós-graduação. Pesquisa sobre os seguintes temas: desenvolvimento humano, pensamento conceitual em atividades artesãs, conhecimento científico e conhecimento escolar, desenvolvimento atípico e deficiência, processo de escolarização e medicalização.

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Publicado

2020-06-30

Edição

Seção

Dossiê O professor sem voz: tensões na escola contemporânea e desafios para a psicologia

Como Citar

O professor e sua responsabilidade na sociedade contemporânea. Fractal: Revista de Psicologia, Rio de Janeiro, Brasil, v. 32, n. esp, p. 199–203, 2020. DOI: 10.22409/1984-0292/v32_i-esp/38852. Disponível em: https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/38852. Acesso em: 7 ago. 2025.