Por uma estética tátil: sobre a adaptação de obras de artes plásticas para deficientes visuais

Autores

  • Maria Clara de Almeida Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Filipe Herkenhoff Carijó Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Virgínia Kastrup Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Deficiência Visual, Percepção Tátil, Experiência Estética, Artes Plásticas

Resumo

Neste artigo, propomos uma análise crítica de três das estratégias mais comuns de se fornecer acesso às artes plásticas para deficientes visuais: adaptação das obras pela via do alto-relevo, uso representacional de texturas e disponibilização de esculturas para o toque. A discussão é feita em torno de dois eixos: questionamos a adequação destas peças oferecidas à modalidade tátil, de um lado, e sua capacidade de evocar experiências estéticas, de outro. Para tanto, lançamos mão de estudos de psicologia cognitiva sobre percepção tátil. Nossa análise revela que as “versões táteis” geralmente oferecidas aos deficientes visuais nada possuem de tátil. Na esfera estética como na recognitiva, tais adaptações, desconhecendo as propriedades cognitivas e a dimensão expressiva do tato, acabam por reproduzir padrões visuais. Propomos, ao final, que o problema de se fornecer acesso às artes plásticas visuais deve ser recolocado em termos da invenção de uma estética verdadeiramente tátil.

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Biografia do Autor

  • Maria Clara de Almeida, Universidade Federal do Rio de Janeiro
    Aluna do Curso de Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.
  • Filipe Herkenhoff Carijó, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Aluno do Curso de Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.

  • Virgínia Kastrup, Universidade Federal do Rio de Janeiro
    Doutora em Psicologia e professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ.

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Publicado

2010-05-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Por uma estética tátil: sobre a adaptação de obras de artes plásticas para deficientes visuais. Fractal: Revista de Psicologia, Rio de Janeiro, Brasil, v. 22, n. 1, p. 85–100, 2010. Disponível em: https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/4781. Acesso em: 8 out. 2025.