O “corpo-sujeito” nas representações culturais da cegueira

Auteurs-es

  • Bruno Sena Martins Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

Mots-clés :

Cegueira, Corpo, Deficiência, Representações culturais.

Résumé

Quando falamos em subjectividade corpórea estamos a ser complacentes com uma óbvia redundância, afinal toda a subjectividade se imbrica numa vivência corpórea que é condição da existência. Não há, portanto, subjectividade não corpórea, não há subjectividade fora da experiência incorporada. No entanto, apesar disso, permanece importante falarmos em subjectividade corpórea, seja para confrontar determinado dualismo cartesiano que desincorpora o sujeito de conhecimento, seja para denunciar a insustentabilidade de determinado construtivismo que, ao procurar elidir o peso moderno de ideologias essencialistas de biologia-como-destino, negligenciou, muitas vezes ao limite, dimensões de existência em que o corpo vivido recolhe insolúvel centralidade. A partir de um longo trabalho etnográfico realizado junto de pessoas cegas no contexto português, procurarei explorar como a experiência incorporada da cegueira surge representada, enquanto vivência e enquanto projecção. Dessa forma, intento uma perspectiva em que as representações culturais hegemónicas sobre a cegueira são pensadas desde o "corpo-sujeito" ("corps-sujet") formulado por Maurice Merleau-Ponty.

Téléchargements

Les données sur le téléchargement ne sont pas encore disponible.

Publié-e

2009-06-22

Comment citer

MARTINS, B. S. O “corpo-sujeito” nas representações culturais da cegueira. Fractal: Revista de Psicologia, v. 21, n. 1, p. 5-22, 22 juin 2009.

Numéro

Rubrique

Artigos