O dispositivo de oficinas de corpo e a questão da recalcitrância
DOI :
https://doi.org/10.22409/1984-0292/v29i2/2220Mots-clés :
recalcitrância, corpo, subjetividade, dispositivoRésumé
Em nosso texto apresentaremos as oficinas de sensibilização realizadas no Serviço de Psicologia Aplicada da Universidade Federal Fluminense (SPA-UFF), no segundo semestre de 2014 e primeiro semestre de 2015. Nosso trabalho visa construir um dispositivo em que corpos e subjetividades são efetuados pelos afetos gerados e geridos no mesmo. A recalcitrância atravessa a produção deste texto e das oficinas, pois, ao trazer à cena a construção das mesmas, nos vimos envolvidos tanto numa preocupação em construir as oficinas a partir de nosso campo teórico-metodológico, quanto em um comprometimento de compor, com os participantes, estas oficinas. Nossa pergunta era: como gerar uma disponibilidade afetiva sem cair na docilidade? Optamos então por apresentar a questão seguindo tais passos: teórico, metodológico, de elaboração das oficinas e de execução das mesmas. Nossa aposta em considerar os afetos nos fez perceber a possibilidade de criar dispositivos em que haja disponibilidade sem docilidade, pois consideramos também o que é trazido pelos participantes.
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