Ação-formação: uma leitura das contribuições da Ergonomia da Atividade
DOI :
https://doi.org/10.22409/1984-0292/v30i2/5872Mots-clés :
Ergonomia e formação, psicologia e ergonomia, pesquisa-ação-formação, análise do trabalhoRésumé
Este artigo objetiva refletir acerca das interações entre formação e ação ergonômica, especificamente, na perspectiva da Ergonomia da Atividade. Seu ponto de partida é a trajetória histórica dessa interface, sinalizando dilemas e alternativas pautadas nas relações entre análise do trabalho e ações formativas. Seus desdobramentos são explorados a partir do “paradigma da formação de atores na e pela análise do trabalho, para e pela ação”, ancorado na interdependência entre formação e transformação das condições de trabalho. Conclui-se que este paradigma abre novas vias de análise sobre a sustentabilidade da ação ergonômica e sobre a luta pela saúde.
Téléchargements
Références
BERTHELETTE, D.; LACOMBLEZ, M.; TEIGER, C. La conception de programmes de formation à et par l’analyse du travail: réflexions sur des travaux en cours em ergonomie, psychologie du travail et en recherche évaluative. Deuxièmes Journées Recherche et Ergonomie. Toulouse: Université Toulouse le Mirail, 1998. p. 123-130.
BORGES-ANDRADE, J. E.; ABBAD, G. S.; MOURÃO, L. (Org.). Treinamento, desenvolvimento e educação em organizações e trabalho: fundamentos para a gestão de pessoas. Porto Alegre: Artmed, 2006.
CANGUILHEM, G. (Org.). A saúde: conceito vulgar e questão filosófica. In: ______. Escritos sobre a medicina. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005. p. 35-48.
CHAMPY-REMOUSSENARD, P. Les théories de l’activité entre travail et formation. Savoirs, v. 2, n. 8, p. 9-50, 2005.
COSTA, C.; SILVA, C. Análise do trabalho, formação contextualizada e acção de transformação das condições de trabalho no sector de saneamento de um serviço municipal. Laboreal, v. 6, n. 2, p. 27-46, 2010.
COUTAREL, F. et al. Orientações para a avaliação das intervenções visando a prevenção dos problemas músculo-esqueléticos ligados ao trabalho. Laboreal, v. 5, n. 2, p. 95-108, 2009.
CRU, D.; DEJOURS, C. Saberes de prudência nas profissões da construção civil: nova contribuição da Psicologia do Trabalho à análise da prevenção de acidentes na construção civil. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 15, n. 59, p. 30-34, 1987.
CZERESNIA, D. Os sentidos da saúde e da doença. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2013.
DANIELLOU, F. (Org.). Introdução: questões epistemológicas acerca da Ergonomia. In: ______. A Ergonomia em busca de seus princípios: debates epistemológicos. São Paulo: Edgard Blucher, 2004. p. 1-18.
DE KEYSER, V. Works analysis in French language ergonomics: origins and current research trends. Ergonomics, v. 34, n. 6, p. 653-669, 1991.
DEJOURS, C. Inteligência operária e organização do trabalho: a propósito do modelo japonês de produção. In: HIRATA, H. (Org.). Sobre o ‘modelo’ japonês. São Paulo: EdUSP, 1995. p. 281-309.
DEJOURS, C. Trabalho vivo. Brasília: Paralelo 15, 2012.
DELGOULET, C.; VIDAL-GOMEL, C. O desenvolvimento das competências: uma condição para a construção da saúde e do desempenho no trabalho. In: FALZON, P. (Org.). Ergonomia construtiva. São Paulo: Blucher, 2016. p. 35-54.
FALZON, P. (Org.). Ergonomia. São Paulo: Edgar Blucher, 2007.
FALZON, P. (Org.). Ergonomia construtiva. São Paulo: Bluchered, 2016.
FALZON, P.; TEIGER, C. Ergonomia e formação. In: CARRÉ, P.; CASPAR, P. (Org.). Tratado das ciências e das técnicas da formação. Lisboa: Piaget, 2001. p.161-178.
FAVERGE, J.-M.; LEPLAT, J.; GUIGUET, B. L’adaptacion de la machine à l’homme. Paris: PUF, 1958.
GUÉRIN, F. et al. Compreender o trabalho para transformá-lo: a prática da ergonomia. São Paulo: Edgar Blücher, 2012.
LACOMBLEZ, M. et al. Marianne Lacomblez e a construção de uma Psicologia da Atividade de Trabalho. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, v. 19, n. 1, p. 121-133, 2016.
LACOMBLEZ, M.; TEIGER, C. Ergonomia, formações e transformações. In: FALZON, P. (Org.). Ergonomia. São Paulo: Blucher, 2007. p. 587-601.
LACOMBLEZ, M.; TEIGER, C.; VASCONCELOS, R. A Ergonomia e o “paradigma da formação dos atores”: uma parceria formadora com os protagonistas do trabalho. In: BENDASSOLLI, P. F.; SOBOLL, L. A. P. (Org.). Métodos de pesquisa e intervenção em Psicologia do trabalho: clínicas do trabalho. São Paulo: Atlas, 2014. p.159-183.
LACOMBLEZ, M.; VASCONCELOS, R. Análise ergonómica da actividade, formação e transformação do trabalho: opções para um desenvolvimento durável. Laboreal, v. 5, n. 1, p. 53-60, 2009.
LAVILLE, A. Ergonomia. São Paulo: EPU, 1977.
LEPLAT, J. Analyse du travail et formation. Bulletin du CERP, v. 4, n. 4, p. 393-409, 1955.
LEPLAT, J. Quelques aspects de la complexité en ergonomie. In: DANIELLOU, F. (Org.). L’ergonomie en quête de ses príncipes. Toulouse: Octarès, 1996. p. 57-76.
MUNIZ, H. et al. Ivar Oddone e a sua contribuição para o campo da Saúde do Trabalhador no Brasil. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 38, n. 128, p. 280-291, 2013.
ODDONE, I.; RE, A.; BRIANTE, G. Redécouvrir l´expérience ouvrière: vers une autre psychologie du travail? Paris: Messidor/Éditions Sociales, 1981.
OMBREDANE, A.; FAVERGE, J. L’analyse du travail: facteur d’économie humaine et de productivité. Paris: PUF, 1955.
PETIT, J. A intervenção ergonômica como dinâmica de aprendizagem: estudo de caso. Laboreal, v. 4, n. 2, p. 37-46, 2008.
SCHWARTZ, Y. De l’inconfort intellectuel, ou: comment penser les activités humaines? In: COURS-SALIES, P. (Org.). La liberté du travail. Paris: Syllepse, 1995. p. 99-149.
SCHWARTZ, Y. Os ingredientes da competência: um exercício necessário para uma questão insolúvel. Educação & Sociedade, v. 19, n. 65, p. 101-140, 1998.
SCHWARTZ, Y. A comunidade científica ampliada e o regime de produção de saberes. Trabalho e Educação, n. 7, p. 38-46, jul/dez 2000.
SCHWARTZ, Y. Anexo ao capítulo 7. Uso de si e competência: exposição de Yves Schwartz e comentários sobre os esquemas 5, 6 e 7. In: SCHWARTZ, Y.; DURRIVE, L. (Org.). Trabalho & ergologia: conversas sobre a atividade humana. Niterói: EdUFF, 2010. p. 205-221.
SCHWARTZ, Y.; ABDERRAHMAN, F.; ADRIANO, R. Revisitar a actividade humana para colocar as questões do desenvolvimento: projecto de uma sinergia franco-lusófona. Laboreal, v. 4, n. 1, p. 10-22, 2008.
SCHWARTZ, Y.; DURRIVE, L. (Org.). Trabalho e ergologia: conversas sobre a atividade humana. Niterói: EdUFF, 2010.
SILVA, E. et al. A promoção da saúde a partir das situações de trabalho: considerações referenciadas em uma experiência com trabalhadores de escolas públicas. Interface (Botucatu), v. 13, n. 30, p. 107-119, 2009.
TEIGER, C.; LACOMBLEZ, M. L’ergonomie et la trans-formation du travail et/ou des personnes (1). Education Permanente, v. 165, p. 9-28, 2005.
TEIGER, C.; LACOMBLEZ, M. L’ergonomie et la trans-formation du travail et/ou des personnes (2). Education Permanente, v. 166, p. 9-28, 2006.
TEIGER, C.; LACOMBLEZ, M. (Org.). (Se) Former pour transformer le travail: dynamiques de constructions d’une analyse critique du travail. Laval: Presses de l’Université Laval, 2013. p. 764. Collection Santé et sécurité du travailed.
TEIGER, C.; LAVILLE, A. L’apprentissage de l’analyse ergonomique du travail, outil d’une formation pour l’action. Travail et emploi, v. 1, n. 47, p. 53-62, 1991.
TEIGER, C.; LAVILLE, A.; DURAFFOURG, J. Trinta anos depois: reflexão sobre uma história das relações entre pesquisa em ergonomia e ação sindical na França (o caso das operárias do setor eletrônico entre 1965 e 1975). In: FIGUEIREDO, M. et al. (Org.). Labirintos do trabalho: interrogações e olhares sobre o trabalho vivo. Rio de Janeiro: DP&A, 2004. p. 135-160.
TEIGER, C.; MONTREUIL, S. The foundations and contributions of ergonomic work analysis in training programmes. Safety Science, v. 23, n. 213, p. 81-95, 1996.
VASCONCELOS, R. O papel do psicólogo do trabalho e a tripolaridade dinâmica dos processos de transformação: contributo para a promoção da segurança e saúde no trabalho. 2008. Tese (Doutorado)‑Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade do Porto, Porto, 2008.
VASCONCELOS, R.; LACOMBLEZ, M. Entre a auto-análise do trabalho e o trabalho de auto-análise: desenvolvimento para a psicologia do trabalho a partir da promoção da segurança e saúde no trabalho. In: FIGUEIREDO, M., et al. (Org.). Labirintos do trabalho. Rio de Janeiro: DP&A, 2004. p.161-187.
VIDAL, M. Guia para análise ergonômica do trabalho (AET) na empresa: uma metodologia realista, ordenada e sistemática. Rio de Janeiro: EVC, 2003.
VOGEL, L. A atualidade do modelo operário italiano nas lutas pela saúde no trabalho. Laboreal, v. 12, n. 2, p. 10-17, 2016.
WEILL-FASSINA, A.; RABARDEL, P.; DUBOIS, D. (Org.). Représentations pour l’action. Toulouse: Octarès, 1993.
WISNER, A. A inteligência no trabalho: textos selecionados de ergonomia. São Paulo: Fundacentro, 1994.
WISNER, A. Questões epistemológicas em Ergonomia e em análise do trabalho. In: DANIELLOU, F. (Org.). A Ergonomia em busca de seus princípios: debates epistemológicos. São Paulo: Edgar Blücher, 2004. p. 29-56.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Na medida do possível segundo a lei, a Fractal: Revista de Psicologia renunciou a todos os direitos autorais e direitos conexos às Listas de referência em artigos de pesquisa. Este trabalho é publicado em: Brasil.
To the extent possible under law, Fractal: Revista de Psicologia has waived all copyright and related or neighboring rights to Reference lists in research articles. This work is published from: Brasil.