Juventude(s) periférica(s) e subjetivações: narrativas de (re)existência juvenil em territórios culturais

Auteurs

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https://doi.org/10.22409/1984-0292/v31i_esp/29028

Mots-clés:

juventude, periferia, subjetivação, narrativas, arte urbana

Résumé

Este artigo apresenta certas linhas singulares de subjetivação experimentadas pela juventude enquanto produção estético-cultural que configura a periferia como território existencial. Pretendemos contribuir para a discussão da relação entre hierarquização socioespacial das cidades e os processos de subjetivação de forma crítica aos processos de vitimização, criminalização e estigmatização juvenil. Buscamos nos orientar por um estudo com os sujeitos e não sobre os sujeitos. Três jovens envolvidos em ações culturais autônomas no território (como sarau, cinema, hip hop) foram acompanhados nestas e em outras atividades de seu cotidiano numa perspectiva etnográfica, descrita no diário de campo, bem como por meio da realização de entrevistas em história oral. Estas foram transcritas, textualizadas, transcriadas e organizadas em categorias temáticas. Privilegiamos as categorias relativas ao “território” e às “invenções estéticas na periferia” que nos permitiram evidenciar que o engajamento da juventude na produção estética na periferia opera como tática, estratégia de luta diante dos estados de dominação hegemônicos e de estigmatização aí presentes. A arte agencia possibilidades de invenção de territórios existenciais e de novos modos de subjetivar-se quando o estigma se converte em emblema; no orgulho de ser jovem, negro, pobre e periférico.

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Bibliographies de l'auteur

Beatriz Akemi Takeiti, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

Graduada em Terapia Ocupacional pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUCCAMP, em 2000. Mestre em Psicologia (Psicologia Social) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC/SP, em 2003 e Doutora pelo mesmo Programa (2014). Foi docente do Centro Universitário São Camilo (2011-2012). Atualmente é Professora do Programa de Pós-Graduação em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social (EICOS/IP/UFRJ) e docente do Departamento de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina, UFRJ. Foi membro efetivo do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro Universitário de Araraquara - UNIARA (2009-2010). Também atuou como docente (em caráter temporário) na Universidade Federal de São Carlos, UFSCar (2006) e na Universidade de São Paulo, USP-RP, campus Ribeirão Preto (2004). Tem experiência em atividades de ensino, pesquisa, extensão e assistência na área de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, com ênfase em Terapia Ocupacional no campo social, atuando principalmente nos seguintes eixos: juventudes urbanas periféricas, ações territoriais e comunitárias, educação, violências, cultura juvenil, arte-cultura.

Maria Cristina Gonçalves Vicentin, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP

Graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1983), Mestrado em Psicologia Social (1991) e Doutorado em Psicologia Clínica (2002) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É professora doutora do Curso de Psicologia e do Programa de Pós Graduação em Psicologia Social da Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde coordena o Núcleo de Lógicas Institucionais e Coletivas Tem experiência em Psicologia, com ênfase em Análise Institucional, atuando principalmente nos âmbitos da Reforma em Saúde Mental e dos Direitos da Infância e da adolescência

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Publiée

2019-09-04

Numéro

Rubrique

Dossiê Psicologia e Epistemologias contra-hegemônicas