Medicalização no sistema de progressão continuada: inclusão ou omissão?

Auteurs

##plugins.pubIds.doi.readerDisplayName##:

https://doi.org/10.22409/1984-0292/v32i2/5704

Mots-clés:

medicalização, psicologia histórico-cultural, progressão continuada

Résumé

Esse estudo teve como objetivo abordar o processo de medicalização da infância, realizando um mapeamento dos alunos do primeiro ciclo do ensino fundamental da rede municipal de uma cidade paranaense, que foram diagnosticados e medicados devido aos ditos transtornos de aprendizagem, entre eles o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Teve como intuito, também, discutir como o sistema de progressão continuada influencia o processo de escolarização destes alunos. Para tanto, foram combinadas as pesquisas empírica e bibliográfica, em que os dados da investigação de campo, obtidos por meio de questionários respondido pelos pais ou responsáveis, foram submetidos a análise quantitativa e qualitativa, e os resultados foram discutidos em conjunto com a revisão bibliográfica, a partir do referencial teórico da Psicologia Histórico-Cultural. Por meio desta pesquisa, foi possível compreender que o fenômeno da medicalização cresce exponencialmente, sobretudo no cenário educacional, e que o sistema de progressão continuada, da forma como foi implantado, colabora para que essa problemática seja encoberta.

##plugins.generic.usageStats.downloads##

##plugins.generic.usageStats.noStats##

Bibliographies de l'auteur

Daniella Fernanda Moreira Santos, Universidade Estadual de Maringá, Paraná, PR

Psicóloga e mestre em Psicologia pela Universidade Estadual de Maringá, PR, Brasil.

Silvana Calvo Tuleski, Psicóloga e mestre em Psicologia pela Universidade Estadual de Maringá, PR, Brasil.

Doutora e pós-doutora em Educação Escolar pela UNESP - Araraquara. Professora associada da graduação e pós-graduação em Psicologia do Departamento de Psicologia da Universidade Estadual de Maringá, PR, Brasil.

Références

BAHIA, Norinês Panicacci. Formação de professores em serviço: fragilidades e descompassos no enfrentamento do fracasso escolar. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 317-329, 2009. https://doi.org/10.1590/S1517-97022009000200007

BERTAGNA, Regiane Helena. Avaliação e progressão continuada: o que a realidade desvela. Pro-Posições, Campinas, v. 21, n. 3, p. 193-218, 2010. https://doi.org/10.1590/S0103-73072010000300012

BRANT, Luiz Carlos; CARVALHO, Tales Renato Ferreira. Metilfenidato: medicamento gadget da contemporaneidade. Interface, Botucatu, v. 16, n. 42, p. 623-636, 2012. https://doi.org/10.1590/S1414-32832012000300004

BRZOZOWSKI, Fabiola Stolf; DIEHL, Eliana Elizabeth. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: o diagnóstico pode ser terapêutico? Psicologia em Estudo, Maringá, v. 18, n. 4, p. 657-665, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-73722013000400008

CALIMAN, Luciana Vieira; DOMITROVIC, Natália. Uma análise da dispensa pública do metilfenidato no Brasil: o caso do Espírito Santo. Physis, Rio de Janeiro, v. 23, n. 3, p. 879-902, 2013. https://doi.org/10.1590/S0103-73312013000300012

CALIMAN, Luciana Vieira; RODRIGUES, Pedro Henrique Pirovani. A experiência do uso de metilfenidato em adultos diagnosticados com TDAH. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 19, n. 1, p. 125-134, 2014. https://doi.org/10.1590/1413-7372189590012

CAMARGOS JR., Walter; NICOLATO, Rodrigo. Características das prescrições no transtorno de déficit de atenção/hiperatividade. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, Rio de Janeiro, v. 58, n. 3, p. 195-199, 2009. https://doi.org/10.1590/S0047-20852009000300009

CESAR, Eduardo Luiz da Rocha et al. Uso prescrito de cloridrato de metilfenidato e correlatos entre estudantes universitários brasileiros. Revista Psiquiatria Clínica, São Paulo, v. 39, n. 6, p. 183-188, 2012. https://doi.org/10.1590/S0101-60832012000600001

CIANFLONE, Ana Raquel Lucato; ANDRADE, Érika Natacha Fernandes de. Práticas avaliativas no ensino fundamental e cultura escolar. Paidéia, Ribeirão Preto, v. 17, n. 38, p. 389-402, 2007. https://doi.org/10.1590/S0103-863X2007000300009

DAMIANI, Durval; DAMIANI, Daniel; CASELLA, Erasmo. Hiperatividade e déficit de atenção: o tratamento prejudica o crescimento estatural? Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, São Paulo, v. 54, n. 3, p. 262-268, 2010. https://doi.org/10.1590/S0004-27302010000300003

DIAS, Tatiane Lebre; ENUMO, Sônia Regina Fiorim; TURINI, Flávia Almeida. Avaliação do desempenho acadêmico de alunos do ensino fundamental em Vitória, Espírito Santo. Estudos de Psicologia, Campinas, v. 23, n. 4, p. 381-390, 2006. https://doi.org/10.1590/S0103-166X2006000400006

GENTILI, Pablo. Neoliberalismo e educação: manual do usuário. In: SILVA, Tomaz Tadeu da; GENTILI, Pablo. (Org.) Escola S. A.: quem ganha e quem perde no mercado educacional do neoliberalismo. Brasília: CNTE, 1996. p. 9-49.

JACOMINI, Márcia Aparecida. Educar sem reprovar: desafio de uma escola para todos. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 35, n. 3, p. 557-572, 2009. https://doi.org/10.1590/S1517-97022009000300010

JACOMINI, Márcia Aparecida. Os ciclos e a progressão continuada na opinião de pais e alunos. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 27, n. 1, p. 161-180, 2011. https://doi.org/10.1590/S0102-46982011000100008

JACOMINI, Márcia Aparecida. Avaliação da aprendizagem em tempos de progressão continuada: o que mudou? Um estudo de teses e dissertações sobre o tema (2000-2010). Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação [online], Rio de Janeiro, v. 22, n. 84, p. 807-828, 2014. https://doi.org/10.1590/S0104-40362014000300010

LEMOS, Valter. Políticas públicas de educação: equidade e sucesso escolar. Sociologia, Problemas e Práticas, Oeiras, n. 73, p. 151-169, 2013. http://dx.doi.org/10.7458/SPP2013732812

LEONTIEV, Alexei Nikolaevich. O desenvolvimento do psiquismo. Tradução de Rubens Eduardo Frias. 2 ed. São Paulo: Centauro, 2004.

MARCONDES, Keila Hellen Barbato; SIGOLO, Silvia Regina Ricco Lucato. Comunicação e envolvimento: possibilidades de interconexões entre família-escola?. Paidéia, Ribeirão Preto, v. 22, n. 51, p. 91-99, 2012. https://doi.org/10.1590/S0103-863X2012000100011

MIRANDA, Marília Gouveia de. A organização escolar em ciclos e a questão da igualdade substantiva. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 14, n. 40, p. 24-34, Abr. 2009. https://doi.org/10.1590/S1413-24782009000100003

MOYSÉS, Maria Aparecida Afonso; COLLARES, Cecília Azevedo Lima. O lado escuro da dislexia e do TDAH. In: FACCI, Marilda Gonçalves Dias; MEIRA, Marisa Eugênia Melillo; TULESKI, Silvana Calvo (Org.). A exclusão dos “incluídos”: uma crítica da Psicologia da Educação à patologização e medicalização dos processos educativos. 2. ed. Maringá: UEM, 2012. p. 107-155.

NAIFF, Luciene Alves Miguez; NAIFF, Denis Giovani Monteiro. Organização da escolaridade em ciclos: representações sociais de professores. Psicologia e Sociedade, Belo Horizonte, v. 25, n. 3, p. 538-548, 2013. https://doi.org/10.1590/S0102-71822013000300008

PARO, Vitor Henrique. Progressão continuada, supervisão escolar e avaliação externa: implicações para a qualidade do ensino. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 16, n. 48, p. 695-716, 2011. https://doi.org/10.1590/S1413-24782011000300009

SANTOS, Daniella Fernanda Moreira; TULESKI, Silvana Calvo; FRANCO, Adriana de Fátima. TDAH e boa avaliação no IDEB: uma correlação possível? Psicologia Escolar e Educacional, Maringá, v. 20, n. 3, p. 515-522, 2016. https://doi.org/10.1590/2175-3539201502031037

SAVIANI, Demerval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 11. ed. Campinas: Autores Associados, 2011.

SILVA, Renata da. A biologização das emoções e a medicalização da vida: contribuições da psicologia histórico-cultural para a compreensão da sociedade contemporânea. 2011. 279f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2011. Disponível em: http://www.ppi.uem.br/arquivos-para-links/teses-e-dissertacoes/2011/renata. Acesso em: 12 out. 2019.

VENDRUSCOLO, Leandro Franco; TAKAHASHI, Reinaldo Naoto. Comorbidade entre o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade e o abuso e dependência de álcool e outras drogas: evidências por meio de modelos animais. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 33, n. 2, p. 203-208, 2011. https://doi.org/10.1590/S1516-44462010005000011

VIEGAS, Lygia de Sousa. Progressão continuada e patologização da educação: um debate necessário. Psicologia Escolar e Educacional, Maringá, v. 19, n. 1, p. 153-161, 2015. https://doi.org/10.1590/2175-3539/2015/0191815

VYGOTSKI, Lev Semionovich. Obras Escogidas. Madrid: Visor, 1996. t. 4.

VIGOTSKI, Lev Semionovich. Diagnóstico do desenvolvimento e clínica pedológica da infância difícil [Esquema de investigação pedológica]. Madrid: Visor y Ministério de Educación y Ciencia, 1997. Obras Escogidas, t. 5, p. 275-338.

VIGOTSKI, Lev Semionovich. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar. In: VIGOTSKI, Lev Semionovich; LURIA, Alexander Romanovich; LEONTIEV, Alexei Nikolaevich. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. 10. ed. São Paulo: Ícone, 2006. p. 103-117.

##submission.downloads##

Publiée

2020-06-16

Numéro

Rubrique

Artigos