Mães de bebês em UTIN: rede de apoio e estratégias de enfrentamento

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/1984-0292/2022/v34/28423

Palavras-chave:

mães, UTIN, apoio social, estratégias de enfrentamento

Resumo

A Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), embora seja um ambiente de cuidados especiais para garantir a sobrevivência de recém-nascidos, tende a suscitar, nas mães e familiares, percepções e sentimentos ambíguos sobre os eventos relacionados a internação e, ainda, alterar a saúde emocional dos envolvidos. O presente estudo teve como objetivo verificar a associação entre apoio social, estratégias de enfrentamento e tempo de internação, de mães de bebês em UTIN. Os dados foram obtidos de uma amostra de 50 mães de bebês, na maioria até 10 dias internados, que responderam a Escala Modos de Enfrentamento de Problemas e a Escala de Apoio Social. Observou-se que as mães perceberam maior apoio de familiares, principalmente nas dimensões material e afetivo. As estratégias de enfrentamento de maior recorrência foram as focalizadas no problema e na busca de prática religiosa e/ou pensamento fantasioso. Os resultados demonstraram a importância do apoio de diferentes dimensões e as dificuldades de enfrentamento das situações estressoras com o passar dos dias de internação. Os resultados apontaram para a necessidade de atenção e cuidado a essa população.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Carolina Daniel Montagner, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Bauru, SP

É graduada em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2016), mestre (2018) e doutoranda em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem pela mesma universidade. Participa do Grupo de Pesquisa “Ações preventivas e processos de intervenção em desenvolvimento infantil”. Realiza estudos na área da Psicologia do Desenvolvimento e Saúde Materno-Infantil, trabalhando com as temáticas: desenvolvimento infantil, desenvolvimento no primeiro ano, avaliação do desenvolvimento, saúde emocional materna, percepção materna e orientações de pais.

Nadja Guazzi Arenales, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Bauru, SP

É graduada em Medicina Humana pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2009). Fez residência médica em Pediatria (2010-2012) com área de atuação em Neonatologia (2012-2014), na mesma instituição. Possui títulos de especialista em Pediatria e de atuação em Neonatologia pela Associação Médica Brasileira e Sociedade Brasileira de Pediatria, onde também cursou o mestrado em Biotecnologia Médica (2016-2018). Trabalha com pediatria geral, puericultura e neonatologia.

Olga Maria Piazentin Rolim Rodrigues, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Bauru, SP

É graduada em Psicologia pela Fundação Educacional de Bauru, mestre em Educação Especial pela Universidade Federal de São Carlos, doutora em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo e livre-docente em Psicologia do Desenvolvimento pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Atualmente é professora adjunta do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem, da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Tem vários livros, capítulos de livros e artigos publicados. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia do Desenvolvimento Humano, especificamente desenvolvimento infantil e as variáveis que o influenciam, com destaque para as temáticas: avaliação de desenvolvimento, interação mãe-bebê, prematuridade, impacto de malformações e síndromes e, ainda, a influência de variáveis maternas como escolaridade, saúde emocional materna e práticas educativas. É bolsista Produtividade em Pesquisa, do CNPq (Pq-2).

Referências

BAYLIS, Rebecca et al. Fisrt-time events between parents and preterm infants are affected by the designs and routines of neonatal intensive care units. Acta Pædiatrica, v. 103, p. 1045-1052, 2014. https://doi.org/10.1111/apa.12719

BROERING, Camila Volpato; CREPALDI, Maria Aparecida. Percepções e informações das mães sobre a cirurgia de seus filhos. Fractal: Revista de Psicologia, Niterói, v. 30, n. 1, p. 3-11, 2018. https://doi.org/10.22409/1984-0292/v30i1/1434

CARVALHO, Flávia Almeida de; MORAIS, Maria de Lima Salum. Relação entre depressão pós-parto e apoio social: revisão sistemática de literatura. Psico, Porto Alegre, v. 45, n. 4, p. 463-474, 2014. https://doi.org/10.15448/1980-8623.2014.4.15423

CHOR, Dóra. et al. Medidas de rede e apoio social no Estudo Pró-Saúde: pré-testes e estudo piloto. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 4, n. 17, p. 887-896, 2001. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2001000400022

CONEP. Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. Resolução n° 466, de 12 de dezembro de 2012. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html Acesso em: 22 mar. 2019.

CRUZ DANTAS, Maihana Maíra et al. Mães de recém-nascidos prematuros e a termo hospitalizados: avaliação do apoio social e da sintomatologia ansiogênica. Acta Colombiana de Psicologia, Bogotá, v. 18, n. 2, p. 129-138, 2015. http://www.dx.doi.org/10.14718/ACP.2015.18.2.11

FARIA, Cleberson de Souza et al. Morbidad y mortalidad entre recién nacidos de riesgo: uma revisión bibliográfica. Enfermería Global, Murcia v. 13, n. 36, p. 298-309, 2014. https://doi.org/10.6018/eglobal.13.4.177861

FERNANDES, Nelita Gonçalves Vieira; SILVA, Ernestina Maria Batoca. Vivências dos pais durante a hospitalização do recém-nascido prematuro. Revista de Enfermagem Referência, Coimbra, série IV, n. 4, p. 107-115, 2015. https://dx.doi.org/10.12707/RIV14032

GRIEP, Rosane Harter et al. Validade de constructo de escala de apoio social do Medical Outcomes Study adaptada para o português no Estudo Pró-Saúde. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 21, n. 3, p. 703-714, 2005. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2005000300004

GRIEP, Rosane Harter; CHOR, Dora; FAERSTEIN, Eduardo; LOPES, Claudia. Confiabilidade teste-reteste de aspectos da rede social no Estudo Pró-Saúde. Revista de Saúde Pública, v. 37, n. 3, p. 379-385, 2003. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102003000300018

HAGEN, I. H.; IVERSEN, V. C.; SVINDSETH, M. F. Differences and similarities between mothers and fathers of premature children: a qualitative study of parents’ coping experiences in a neonatal intensive care unit. BMC Pediatrics, v. 16, n. 92, 2016. http://dx.doi.org/10.1186/s12887-016-0631-9

JULIANO, Maria Cristina Carvalho; YUNES, Maria Angela Mattar. Reflexões sobre rede de apoio social como mecanismo de proteção e promoção de resiliência. Ambiente & Sociedade, São Paulo, v. 17, n. 3, p. 135-154, 2014. https://doi.org/10.1590/S1414-753X2014000300009

LAZARUS, Richard S.; FOLKMAN, Susan. Stress, appraisal and coping. New York: Springer Publishing Company, 1984.

LIMA, Larissa Gress; SMEHA, Luciana Najar. A experiência da maternidade diante da internação do bebê em UTI: uma montanha russa de sentimentos. Psicologia em Estudo, v. 24, e38179, 2019. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v24i0.38179

LIMA, Samyra Said de et al. Aspectos clínicos de recém-nascidos admitidos em Unidade de Terapia Intensiva de hospital de referência da Região Norte do Brasil. ABCS Health Sciences, v. 40, n. 2, p. 62-68, 2015. https://doi.org/10.7322/abcshs.v40i2.732

LOSS, Alessandra Brunoro Motta et al. Estados emocionais e estratégias de enfrentamento de mães de recém-nascidos de risco. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, Juiz de Fora, v. 8, n. 1, p. 3-18, 2015. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-82202015000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Acesso em: 20 fev. 2019.

PADOVANI, Flávia Helena Pereira et al. Avaliação de sintomas de ansiedade e depressão em mães de neonatos pré-termo durante e após hospitalização em UTI-Neonatal. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 26, n. 4, p. 251-254, 2004. https://doi.org/10.1590/S1516-44462004000400009

RAMOS, Fabiana Pinheiro; ENUMO, Sônia Regina Fiorim; PAULA, Kely Maria Pereira. Teoria Motivacional do Coping: uma proposta desenvolvimentista de análise do enfrentamento do estresse. Estudos de Psicologia, Campinas, v. 32, n. 2, p. 269-279, 2015. https://doi.org/10.1590/0103-166X2015000200011

RAMOS, Fabiana Pinheiro; ENUMO, Sônia Regina Fiorim; PAULA, Kely Maria Pereira. Maternal coping with baby hospitalization at a neonatal intensive care unit. Paidéia, Ribeirão Preto, v. 27, n. 67, p. 10-19, 2017. https://doi.org/10.1590/1982-43272767201702

RAPPAPORT, Andrea; PICCININI, Cesar Augusto. Apoio social e experiência da maternidade. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, São Paulo, v. 16, n. 1, p. 85-96, 2006. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822006000100009&lng=pt&nrm=iso Acesso em: 18 fev. 2019.

ROQUE, Ariane Thaise Frello et al. Scoping review of the mental health of parents of infants in the NICU. Journal of Obstetric, Ginecology & Neonatal Nursing, Philadelphia, v. 46, n. 4, p. 576-587, 2017. https://doi.org/10.1016/j.jogn.2017.02.005

SEIDL, Eliane Maria Fleury; TRÓCCOLI, Bartholomeu Tôrres; ZANNON, Celia Maria Lana da Costa. Análise fatorial de uma medida de estratégias de enfrentamento. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 17, n. 3, p. 225- 234, 2001. https://doi.org/10.1590/S0102-37722001000300004

SHERBOURNE, Cathy Donald; STEWART, Anita L. The MOS social support survey. Social Science & Medicine, New York, v. 32, n. 6, p. 705-714, 1991. https://doi.org/10.1016/0277-9536(91)90150-B

SILVA, Elisabeth Hellen Pereira da; GIRÃO, Emmanuela Rocha Cruz; CUNHA, Ana Cristina Barros da. Enfrentamento do pai frente à malformação congênita do filho antes e depois do nascimento. Estudos e Pesquisas em Psicologia, Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, p. 180-199, 2016. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812016000100011 Acesso em: 19 mar. 2019.

SPSS. Statistical Package for the Social Sciences. Versão 20.0. Somers, NY: IBM Corporation, 2010. CD-ROM.

UED, Flávia da Veiga et al. Percepção das mães ao visitar seu filho na unidade neonatal pela primeira vez. Escola Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 23, n. 2, 2019. https://doi.org/10.1590/2177-9465-ean-2018-0249

VASCONCELOS, Lívia; PETEAN, Eucia Beatriz Lopes. O impacto da malformação fetal: indicadores afetivos e estratégias de enfrentamento das gestantes. Psicologia, Saúde & Doenças, Lisboa, v. 10, n. 1, p. 69-82, 2009. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862009000100006&lng=p&nrm=iso&tlng=pt Acesso em: 21 mar. 2019.

VERONEZ, Marly et al. Vivência de mães de bebês prematuros do nascimento a alta: notas de diários de campo. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v. 38, n. 2, 2017. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2017.02.60911

VICENT, Schwanny Roberta et al. Impacto emocional e enfrentamento materno da anomalia congênita de bebês na UTIN. Psicologia, Saúde & Doenças, Lisboa, v. 17, n. 3, p. 454-467, 2016. https://dx.doi.org/10.1590/1983-1447.2017.02.60911

VITALIANO, Peter P. et al. The ways of coping checklist: revision and psychometric properties. Multivariate Behaviorial Research, v. 20, n. 1, p. 3-36, 1985. https://doi.org/10.1207/s15327906mbr2001_1

ZANFORLIM, Leidimara Cristina; CERCHIARI, Edneia Albino Nunes; GANASSIN, Fabiane Melo Helner. Dificuldades vivenciadas pelas mães na hospitalização de seus bebês em unidades neonatais. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 38, n. 1, p. 22-35, 2018. https://doi.org/10.1590/1982-3703000292017.

ZANINI, Daniela Sacramento; PEIXOTO, Evandro Morais; NAKANO, Tatiana Cássia. Escala de apoio social (MOS-SSS): proposta de normatização com referências nos itens. Temas em Psicologia, Ribeirão Preto, v. 26, n. 1, p. 387-399, 2018. http://dx.doi.org/10.9788/tp2018.1-15pt

Downloads

Publicado

2022-06-02

Como Citar

MONTAGNER, C. D.; ARENALES, N. G.; RODRIGUES, O. M. P. R. Mães de bebês em UTIN: rede de apoio e estratégias de enfrentamento. Fractal: Revista de Psicologia, v. 34, p. Publicado em 02/06/2022, 2 jun. 2022.

Edição

Seção

Artigos