O nascimento da biopolítica das drogas e a arte liberal de governar

Autores

  • Tadeu de Paula Souza Universidade Estadual de Campinas

Palavras-chave:

drogas, biopolítica, genealogia

Resumo

O presente artigo aborda alguns vetores constitutivos da genealogia das drogas enquanto um problema de ordem política, tendo como conceitos centrais biopolítica e governamentalidade. Articulando estes dois conceitos com contribuições de pesquisas sobre a história das políticas de drogas no ocidente, tecemos uma trama que que demarca o processo de constituição das drogas enquanto um objeto de interesse político e estatal. Nessa genealogia da biopolítica das drogas, pudemos explorar aparentes contradições em torno do exercício de fazer viver e fazer morrer que se efetivam através das políticas de drogas. A partir do dispositivo da sexualidade e do tema do racismo pode-se acompanhar as variações e funções estratégicas que as políticas de repressão às drogas cumpriu ao longo do século XX. Desta forma, traçamos um diagrama que emerge com o nascimento do cristianismo e se consolida com a arte de governar liberal.

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Biografia do Autor

Tadeu de Paula Souza, Universidade Estadual de Campinas

Doutor em Saúde Coletiva (Uniamp)

Mestre em Psicologia (UFF)

Graduado em Psicologia (UFF)

Referências

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Publicado

2014-12-28

Como Citar

SOUZA, T. DE P. O nascimento da biopolítica das drogas e a arte liberal de governar. Fractal: Revista de Psicologia, v. 26, n. 3, p. 979-998, 28 dez. 2014.

Edição

Seção

Artigos