O PAÍS DISTORCIDO: MILTON SANTOS E O LUGAR DAS IDEIAS

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2023.v25i55.a59486

Palabras clave:

Milton Santos, país distorsionado, Brasil, Geografía, Pensamiento Social Brasileño

Resumen

La actitud crítica y reflexiva de Milton Santos sobre cómo Brasil es pensado por la Geografía y por los intelectuales, nacionales o extranjeros, tiene importantes repercusiones en la evaluación de los presupuestos teórico-metodológicos y de las posibilidades políticas vinculadas a un discurso y a una teoría de Brasil. De esta forma, el autor identifica dinámicas deformadoras de la realidad nacional que resultan en la imagen de un "país distorsionado" debido a la tendencia histórica a acoger una dinámica modernizadora extranjera y a ser interpretado según ideas importadas. El presente trabajo pretende, por lo tanto, examinar cómo Santos entiende Brasil como un "país distorsionado" a partir de la relación entre las ideas movilizadas para interpretar el país y sus respectivos contextos geográficos, explorando los ajustes propuestos por el autor para mitigar los mecanismos de distorsión derivados de las expectativas de modernización nacional. La metodología parte de la comparación de su producción teórica con las fuentes aquí denominadas "reflexivas" (artículos periodísticos, entrevistas, discursos y conferencias), a partir de las cuales Santos intervino más directamente en el debate público. La hipótesis sugiere una inseparabilidad entre su proyecto teórico-metodológico de renovación crítica de la Geografía y la construcción de una interpretación geográfica de Brasil, en el sentido de producir un discurso efectivo y una teoría de Brasil. En consecuencia, entendemos que el autor propone una interpretación de Brasil geográficamente situada, posicionándose en el ámbito del llamado "paradigma de la formación" a partir de la propuesta de revitalización del proyecto nacional. Para ello, reconoce el protagonismo y agencia de los hombres lentos (pobres, negros y migrantes), con el fin de relacionar la dimensión existencial de la corporeidad con la escala nacional de la formación socioespacial. Finalmente, reconocemos que su trayectoria intelectual tuvo lugar en un "lugar intermedio" de ideas al tensionar los cánones geográficos desde la perspectiva del Sur global, apropiándose y reformulando ideas foráneas para enunciar un nuevo discurso desde un proyecto intelectual auténtico y "decolonial".

Palabras-clave: Milton Santos, país distorsionado, Brasil, Geografía, Pensamiento Social Brasileño.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

ARANTES, P. (1997) Providências de um crítico literário na periferia do capitalismo. In: ARANTES, P. E. & ARANTES, O. B. F. Sentido da formação: três estudos sobre Antonio Candido, Gilda de Mello e Souza e Lúcio Costa. São Paulo: Paz & Terra.

BOTELHO, A. (2020) Um certo “ar de família”: formação, inserção, linhagens, sequência. In: SAES, A. M.; BARBOSA, A. F. (Orgs.) Celso Furtado e os 60 anos de Formação Econômica do Brasil. São Paulo: Publicações BBM; SESC, pp. 23-55.

BRANDÃO, G. M. (2007) Linhagens do Pensamento Político Brasileiro. São Paulo: Hucitec.

CANDIDO, A. (2000) Formação da literatura brasileira: momentos decisivos. Belo Horizonte: Editora Itatiaia.

CIRQUEIRA, D. M. (2016) Milton Santos: um corpo estranho no paraíso. In: PINTO, A. F. M.; CHALHOUB, S. (Orgs.) Pensadores negros – pensadoras negras: Brasil, séculos XIX e XX. Cruz das Almas: EDUFRB; Belo Horizonte: Fino Traço, pp. 405-427.

______. (2010) Entre o corpo e a teoria: questão étnico-racial na obra e na trajetória socioespacial de Milton Santos. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pesquisa e Pós-graduação em Geografia do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais da Universidade Federal de Goiás.

CUNHA, E. da. (2016) Os Sertões. Edição crítica e organização: Walnice Nogueira Galvão. São Paulo: Ubu Editora / Edições Sesc São Paulo.

FANON, F. (2015) Os condenados da terra. Lisboa: Letra Livre.

FERNANDES, F. (2020) A revolução burguesa no Brasil: ensaio de interpretação sociológica. Curitiba: Kotter Editorial; São Paulo: Editora Contracorrente.

FERRETI, F.; PEDROSA, B. V. (2018) Inventing critical development: a Brazilian geographer and his Northern networks. Transactions of the Institute of British Geographers, vol. 43, nº 4, pp. 703-717.

FRANCO, M. S. de C. (1997) Homens livres na ordem escravocrata. São Paulo: Fundação Editora da Unesp.

FREYRE, G. (2003) Casa Grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. São Paulo: Global.

FURTADO, C. (2007) Formação Econômica do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras.

GONZALEZ, L. (2020) Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar.

HAESBAERT, R. (2022) Um olhar descolonial em Milton Santos. In: ARROYO, M.; SILVA, A. M. B. (Orgs.) Instabilidade dos territórios: por uma leitura crítica da conjuntura a partir de Milton Santos. São Paulo: FFLCH/USP, pp. 49-66.

HOLANDA, S. B. (1995) Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras.

MACHADO, L. O. (2000) As ideias no lugar: o desenvolvimento do pensamento geográfico no Brasil no início do século XX. Terra Brasilis, nº 20.

MACHADO, T. A. (2016) Da formação social em Marx à formação socioespacial em Milton Santos: uma categoria geográfica para interpretar o Brasil? GEOgraphia, vol. 18, nº 38, pp. 71-98.

MELGAÇO, L. & PROUSE, C. (2017) Milton Santos and the Centrality of the Periphery. In: MELGAÇO, L. & PROUSE, C. (Editors) Milton Santos: a pioneer of Critical Geography from Global South. Switzerland: Springer, pp. 1-24.

MIGNOLO, W. (2000) Local histories/global designs: coloniality, subaltern knowledges, and border thinking. Princeton, New Jersey: Princeton University Press.

MORAES, A. C. R. (2005) Território e História no Brasil. São Paulo: Annablume.

MUNANGA, K. (2020) Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Belo Horizonte: Autêntica.

NOBRE, M. (2012) Da “formação” às “redes”: Filosofia e cultura depois da modernização. Cadernos de Filosofia Alemã, nº 19, pp. 13-36.

PRADO JÚNIOR, C. (2011) Formação do Brasil Contemporâneo: colônia. São Paulo: Companhia das Letras.

RATTS, A. (2020) A questão étnica e/ou racial no espaço: a diferença no território e a geografia. Boletim Paulista de Geografia, nº 104, pp. 1-22.

RICUPERO, B. (2013) O lugar das ideias: Roberto Schwarz e seus críticos. Sociologia & Antropologia, vol. 03, nº 06, pp. 525-556.

SANTIAGO, S. (2014) Anatomia da formação. Folha de São Paulo, 7 de setembro de 2014. Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrissima/184397-anatomia-da-formacao.shtml?origin=folha. Acesso em: 09/01/2020.

______. (2000) O entre-lugar do discurso latino-americano. In: SANTIAGO, S. Uma literatura nos trópicos: ensaios sobre dependência cultural. Rio de Janeiro: Rocco.

SANTOS, M. (2013a) O trabalho do geógrafo no Terceiro Mundo. São Paulo: EDUSP.

______. (2013b) A Urbanização Brasileira. São Paulo: EDUSP.

______. (2012) O centro da cidade de Salvador: estudo de geografia urbana. São Paulo: EDUSP.

______. (2008) O Espaço Dividido: os dois circuitos da economia urbana dos países subdesenvolvidos. São Paulo: EDUSP.

______. (2007a) O geógrafo de campos e espaços. Entrevista concedida a João Pombo Barile. Jornal O Tempo, 7 de setembro de 2007. In: LEITE, M. A. P. (Org.) Milton Santos – Encontros. Rio de Janeiro: Beco do Azougue.

______. (2007b) A metrópole e o urbano. Entrevista concedida a Anderson Kazuo Nakano, Guilherme Wisnik, Marcos Eduardo Hoshino e Mariana Fix. Revista Caramelo, nº 7, 1994. In: LEITE, M. A. P. (Org.) Milton Santos – Encontros. Rio de Janeiro: Beco do Azougue.

______. (2007c) O intelectual e a universidade estagnada. Pronunciamento para a posse de professor emérito da Universidade de São Paulo. In: LEITE, M. A. P. (Org.) Milton Santos – Encontros. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, pp. 144-153.

______. (2004) Testamento intelectual/Milton Santos. Entrevistado por Jesus de Paula Assis; colaboração de Maria Encarnação Sposito. São Paulo: Editora UNESP.

______. (2003) Economia Espacial: críticas e alternativas. São Paulo: EDUSP.

______. (2002a) O país distorcido, Folha de São Paulo, 2 de maio de 1999. In: O país distorcido: o Brasil, a globalização e a cidadania; organização, apresentação e notas de Wagner Costa Ribeiro; ensaio de Carlos Walter Porto Gonçalves. São Paulo: Publifolha, pp. 49-52.

______. (2002b) A vontade de abrangência. Folha de São Paulo, 20 de junho de 1999. In: O país distorcido: o Brasil, a globalização e a cidadania; organização, apresentação e notas de Wagner Costa Ribeiro; ensaio de Carlos Walter Porto Gonçalves. São Paulo: Publifolha, pp. 53-56.

______. (2002c) Um olhar dissonante. Diálogo entre Milton Santos e a atriz Denise Stoklos editado por Valmir Santos. Folha de São Paulo, 7 de março de 2000. In: O país distorcido: o Brasil, a globalização e a cidadania; organização, apresentação e notas de Wagner Costa Ribeiro; ensaio de Carlos Walter Porto Gonçalves. São Paulo: Publifolha, pp. 61-64.

______. (2002d) Por uma Geografia Nova: da crítica da geografia à geografia crítica. São Paulo: EDUSP.

______. (2002e) Ser negro no Brasil hoje. Folha de São Paulo, 7 de maio de 2000. In: O país distorcido: o Brasil, a globalização e a cidadania; organização, apresentação e notas de Wagner Costa Ribeiro; ensaio de Carlos Walter Porto Gonçalves. São Paulo: Publifolha, pp. 157-161.

______. (2002f) Pesquisa reforça preconceito. Entrevista concedida a Maurício Stycer. Folha de São Paulo, 25 de junho de 1995. In: O país distorcido: o Brasil, a globalização e a cidadania; organização, apresentação e notas de Wagner Costa Ribeiro; ensaio de Carlos Walter Porto Gonçalves. São Paulo: Publifolha, pp. 136-140.

______. (2002g) O intelectual negro no Brasil. Ethnos Brasil, Ano I, nº 1, pp. 7-10.

______. (2000a) Discurso em ocasião do Prêmio Gilberto Freyre de Brasilidade, 13 de abril de 2000. Publicado em 01 de julho de 2000 na Revista Problemas Brasileiros, vol. 20, nº 340.

______. (2000b) Território e Sociedade: entrevista com Milton Santos. Entrevistadores: Odette Seabra, Mônica de Carvalho e Jose Corrêa Leite. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo.

______. (1999) O território e o saber local: algumas categorias de análise. Cadernos Ippur, ano XIII, nº 2, pp. 15-26.

______. (1998) As exclusões da globalização: pobres e negros. Thoth, nº 4. Brasília: Gabinete do Senador Abdias Nascimento, pp. 147-160.

______. (1996/1997) As cidadanias mutiladas. In: LERNER, J. (Editor). O Preconceito. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, pp. 133-144.

______. (1996a) A Natureza do Espaço: técnica e tempo; razão e emoção. São Paulo: Hucitec.

______. (1996b) Por uma geografia cidadã: por uma epistemologia da existência. Boletim Gaúcho de Geografia, nº 21, pp. 7-14.

______. (1987a) Échapper à l'emprise des idéologies. Espaces Temps, nº 36, pp. 11-12.

______. (1987b) O Espaço do Cidadão. São Paulo: Nobel.

______. (1985) Espaço e Método. São Paulo: Nobel.

______. (1982) Para que a Geografia mude sem ficar a mesma coisa. Boletim Paulista de Geografia, nº 59, pp. 5-22.

______. (1981) Manual de geografia urbana. São Paulo: HUCITEC.

______. (1979a) A responsabilidade social dos geógrafos. Território Livre, nº 1, pp. 41-47.

______. (1979b) Do espaço sem nação ao espaço transnacionalizado. In: RATTNER, H. (Org) Brasil 1990: caminhos alternativos do desenvolvimento. São Paulo: Brasiliense, pp. 143-161.

______. (1978) La totalité du diable. Espaces Temps, vol. 8, pp. 60-75.

______. (1977) Society and Space: social formation as theory and method. Antipode, vol. 9, nº 1, pp. 3-13.

______. (1971) Les villes du Tiers Monde. Paris: Éditions M.-Th. Génin. Librairies Techniques.

______. (1957) Zona do Cacau: introdução ao estudo geográfico. São Paulo: Companhia Editora Nacional.

SANTOS, M. el. al. (2000) O papel ativo da geografia: um manifesto. Revista Território, Rio de Janeiro, vol. 5, nº 9, pp. 103-109.

SANTOS, M. & SILVEIRA, M. L. (2001) O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro e São Paulo: Record.

SCHWARZ, R. (2012) As ideias fora do lugar. In: SCHWARZ, R. Ao vencedor as batatas. São Paulo: Duas Cidades/Editora 34.

SILVEIRA, M. L. (2008) De la geografía de la existência a los circuitos de la economia urbana. In: MENDONZA, C. (Coordinador) Tras las huellas de Milton Santos: uma mirada latino-americana a la geografía humana contemporánea. Rubí (Barcelona): Anthropos Editorial, pp. 56-69.

SODRÉ, M. (2004) Milton Santos: da escassez ao saber. In: BRANDÃO, M. (Org.) Milton Santos e o Brasil. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, pp. 57-64.

##submission.downloads##

Publicado

2023-10-17

Cómo citar

Machado, T. A. (2023). O PAÍS DISTORCIDO: MILTON SANTOS E O LUGAR DAS IDEIAS. GEOgraphia, 25(55). https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2023.v25i55.a59486

Número

Sección

Artigos