REFLEXÕES SOBRE O MÉTODO REGRESSIVO-PROGRESSIVO: UMA CONTRIBUIÇÃO DE HENRI LEFEBVRE À DECIFRAÇÃO DOS ESPAÇOS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2025.v27i59.a59221

Palavras-chave:

Henri Lefebvre, espaço, método regressivo-progressivo

Resumo

Este artigo enceta, em um enquadramento geográfico, reflexões acerca do método regressivo-progressivo de autoria do sociólogo Henri Lefebvre.  Esse pensador marxista sustenta que, para a leitura crítica de um espaço, faz-se necessário uma abordagem multitemporal dinâmica. O espaço não é um fato dado, mas um processo vivo. Traz em si um passado, mas, também, um devir. Nesses trilhos, cabe ao pesquisador apurar o surgimento e a evolução dos elementos estruturantes do espaço (que são, enfim, o próprio espaço) a partir de três Momentos analíticos: “Descritivo”, “Analítico-regressivo” e “Histórico-genético”. Ao fim desse exercício devemos ser mais capazes de interpretar as complexidades e contradições de dado espaço, tornando-o mais aberto a intervenções futuras. Como exemplo empírico evocamos nossa investigação sobre o Parque do Flamengo, monumental espaço público localizado na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Teórica e metodologicamente amparada por pesquisas de gabinete, essa exposição assume um caráter essencialmente introdutório.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Rodrigo Fernandes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Rio de Janeiro, RJ, Brasil
    Bacharel em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Mestre em Geografia pelo Programa de pós-graduação em geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente em fase de doutoramento por essa mesma intituição.

Referências

ALECRIM, Michel (2015). O Aterro e o sonho de uma cidade. História Viva. São Paulo, Duetto, n. 135, jan. 2015, pp. 20-24.

AMADOR, Elmo da Silva (2013). Baía de Guanabara: ocupação e avaliação ambiental. Rio de Janeiro: Interciência, 2013.

BARROS, Paulo Cézar de. As grandes intervenções na área central do Rio de Janeiro: a geografia histórica do Morro de Santo Antônio sob a ótica dos projetos urbanísticos. Revista Geo-paisagem (online). Ano 13, nº 25, 2014, n.p.

BENEDITO, Gustavo Godinho. A teoria da alienação em Henri Lefebvre e a renovação epistemológica da geografia. GeoPUC, v. 13, n. 25, 2020.

BORGES, Jorge Luis (1957). El Aleph. Buenos Aires: Emecé, 1957.

DUARTE, Cristóvão Fernandes (2006). A dialética entre permanência e ruptura nos processos de transformação do espaço. In: MACHADO, Denise Barcellos Pinheiro (org.). Sobre Urbanismo. Rio de Janeiro: Prourb, 2006, pp. 27-36.

ELDEN, Stuart (2016). Introduction: a study of productive tensions. In: LEFEBVRE, Henri. Metaphilosophy. London: Verso, 2016, pp. 7-20.

FERNANDES, Rodrigo. Henri Lefebvre, decifrador do espaço. Ateliê Geográfico, v. 16, n. 2, 2022, pp. 31–46.

FERNANDES, Rodrigo (2022). Parque do Flamengo revisitado: uma investigação geográfica através do pensamento de Henri Lefebvre. 303 f. Tese (Doutorado em Geografia) – UERJ, Rio de Janeiro, 2022.

FREHSE, Fraya. Potencialidades do método regressivo-progressivo: pensar a cidade, pensar a história. Tempo Social, 13(2), 2001, pp. 169-184.

HESS, Rémi (1988). Henri Lefebvre et l'aventure du siècle. Paris: Métailié, 1988.

LEFEBVRE, Henri (2002). A revolução urbana. Belo Horizonte: UFMG, 2002 [1970].

LEFEBVRE, Henri (1947). Critique de la vie quotidienne I: Introduction. Paris: Grasset, 1947.

LEFEBVRE, Henri (1978). De lo rural a lo urbano. Barcelona: Península, 1978 [1970].

LEFEBVRE, Henri (2001). Du rural à l’urbain. Paris: Anthropos, 2001 [1970].

LEFEBVRE, Henri (2011). O Vale de Campan: estudo de sociologia rural. São Paulo: EDUSP, 2011 [1963].

LEFEBVRE, Henri (2000). La production de l’espace. Paris: Anthropos, 2000 [1974].

LESSA, Carlos (2005). O Rio de Janeiro de todos os Brasis: uma reflexão em busca da auto-estima. Rio de Janeiro: Record, 2005.

MARÍAS, Julián (1955). La estructura social. Teoría y método. Madrid: Sociedad de Estudios y Publicaciones, 1955.

MARTINS, José de Souza (1996). As temporalidades da história na dialética de Lefebvre. In: Henri Lefebvre e o retorno à dialética. São Paulo: Hucitec, 1996, pp. 13-23.

MISOCZKY, Maria Ceci; OLIVEIRA, Clarice. A cidade e o urbano como espaços do capital e das lutas sociais. Revista de Administração Pública, 52(6), 2018, pp. 1015-1031.

MOTTA, Marly (2015). O IV Centenário e o Parque do Flamengo. In: Jardim de memórias: Parque do Flamengo, 50 anos. Rio de Janeiro: Casa 12, 2015, pp. 57-63.

OLIVEIRA, Ana Rosa (2015). Burle Marx e a conquista das formas: as plantas, o lugar, a escala e o projeto. In: Jardim de memórias: Parque do Flamengo, 50 anos. Rio de Janeiro: Casa 12, 2015, pp. 65-71.

QUATTROCCHI, Angelo; NAIRN, Tom (1998). O começo do fim: França, Maio de 68. Rio de Janeiro: Record, 1998.

SANTOS, Milton (1987). O espaço do cidadão. São Paulo: Nobel, 1987.

SANTOS, Milton (2002). Por uma geografia nova. São Paulo: Edusp, 2002.

SARTRE, Jean-Paul (1973). Questão de método. In: Os Pensadores, vol. XLV. São Paulo: Abril Cultural, 1973 [1957], pp. 115-197.

SCHMID, Christian. A teoria da produção do espaço de Henri Lefebvre: em direção a uma dialética tridimensional. GEOUSP – Espaço e Tempo, n. 32, 2012, pp. 89-109.

TREBITSCH, Michel (1991). Preface. In: LEFEBVRE, Henri. Critique of everyday life. Vol. 1. London: Verso, 1991, pp. 9-28.

UNGER, Nancy Mangabeira (2001). Da foz à nascente: o recado do rio. São Paulo: Unicamp, 2001.

Downloads

Publicado

2025-11-19

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

REFLEXÕES SOBRE O MÉTODO REGRESSIVO-PROGRESSIVO: UMA CONTRIBUIÇÃO DE HENRI LEFEBVRE À DECIFRAÇÃO DOS ESPAÇOS. GEOgraphia, Niterói, v. 27, n. 59, 2025. DOI: 10.22409/GEOgraphia2025.v27i59.a59221. Disponível em: https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/59221. Acesso em: 5 dez. 2025.