Uma revisitação «espetacular»: presença francesa no teatro vicentino
DOI:
https://doi.org/10.22409/gragoata.v17i33.33010Palavras-chave:
Teatro vicentino, influência francesa, reescrita, cultura do equívocoResumo
Inscrevendo-se numa reflexão mais ampla, simultaneamente focalizada nas releituras do passado no presente e nas culturas entre fronteiras, este trabalho toma por base o teatro vicentino, paradigma dessa cultura do outro – estrangeiro ou predecessor – que os tempos tinham em alto preço. Durante as três primeiras décadas do século XVI, entre 1502 e 1536, época de abertura e de incessantes intercâmbios entre cortes, com o seu séquito de artistas, Gil Vicente presidiu aos divertimentos de uma corte já por si bilingue e bicultural. Marcadamente devedor à literatura vizinha, o seu teatro não despreza outras in-fluências. Entre elas, a francesa ocupa um lugar relevante, visível quer na retomada de temas, de personagens ou ainda de elementos linguísticos, quer na imitação de gêneros e de formas. O presente estudo tenta não se limitar à constatação de uma influência; questiona o texto e os próprios mecanismos do espetáculo para avaliar a forma como esse teatro perfeitamente se coadunava com as culturas europeias, de que a sua veia jocosa se alimentava. Confronta-se um texto – a cena que põe em presença o Juiz e a Moça de Floresta de enganos – com o seu «hipotexto» – uma das novelas que compõem o livro das Cent nouvelles nouvelles oferecido ao duque de Borgonha por volta de 1461-2. O propósito é também o de recolher algum esclarecimento sobre domínios que mal conhecemos, tal como, precisamente, o que respeita à cultura do poeta dramaturgo, muito mal avaliada pela interpretação séria de um texto largamente manipulado e excessivamente manipulador.Downloads
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