Corpos grafemáticos: o silêncio do subalterno e a história literária

Autores

  • Roberto Vecchi Universidade de Bolonha, Itália

Palavras-chave:

Subalternidade. História literária. Corpos grafemáticos. Os sertões. A menina morta

Resumo

Será possível repensar no espaço da história literária, que já em si, pela estrutura própria do cânone, se articula a partir de jogos de forças e instâncias de poder, introduzindo conceitualmente o oco de representação do subalterno, para questionar, assim, a determinante do poder – e do biopoder – sobre as representações literárias? O gesto problematizador, limitando-se a alguns estudos de caso (os romances Os sertões de Euclides da Cunha e A menina morta de Cornélio Penna), mas com o intuito mais amplo de pensar em novos moldes para uma historiografia literária antagonista, tenta responder à questão, detendo-se sobre as tentativas engajadas que já foram feitas para incorporar na crítica o homo sacer, o excluído. É evidente que, em inúmeros casos, as intenções de resgate se embateram em impasses trágicos de inviabilidade da representação, a não ser por uma “escuta” de uma voz sincopada de rastos resistentes amalgamados nos textos. Assume-se, nessa perspectiva, ainda, o critério da relação entre história e história natural que talvez possa deixar emergir, em suas tensões, alguns restos das relações de poder implicadas pela representação.

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Biografia do Autor

  • Roberto Vecchi, Universidade de Bolonha, Itália
    Lusitanista, brasilianista, é Professor Associado de Literatura Portuguesa e Brasileira e de História das culturas de língua portuguesa na Universidade de Bologna. É também professor de Literatura Portuguesa na Universidade de Milão. Em Bologna, é professor do programa de doutorado de Iberística, diretor do Centro de Estudos Pós-Coloniais (CLOPEE) desta Universidade e coordenador de vários projetos de pesquisa, nacionais e internacionais. No Brasil, é pesquisador CNPq, atuando em vários projetos, entre os quais o sobre “Violência e representação” coordenado por Márcio Seligmann-Silva e, em Portugal, é investigador associado do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra onde colabora com programas sobre a representação do trauma, coordenados por Margarida Calafate Ribeiro. Entre as publicações recentes, destacam-se: a organização, no âmbito da colecção “Extrema Europa”, que coordena pela editora Diabasis, com Vincenzo Russo; de Eduardo Lourenço Il labirinto della saudade. Portogallo come destino (2006) e de Eça de Queirós, La corrispondenza di Fradique Mendes (2008); a edição em Portugal da obra de Cornélio Penna, A menina morta (Lisboa, 2006); a publicação, no Brasil, do segundo volume de pesquisas sobre cultura brasileira e trágico com Ettore Finazzi-Agrò e Maria Betânia Amoroso, Travessia do pós-trágico. Os dilemas de uma leitura do Brasil (São Paulo, 2006).

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Publicado

2008-06-30

Como Citar

Corpos grafemáticos: o silêncio do subalterno e a história literária. (2008). Gragoatá, 13(24). https://periodicos.uff.br/gragoata/article/view/33163