‘PARADISE LOST’: ORDENAÇÃO EPISÓDICA E O PROBLEMA DO LIVRE-ARBÍTRIO
DOI:
https://doi.org/10.22409/gragoata.v20i39.33364Palavras-chave:
John Milton, Paradise Lost, livre-arbítrio, presciência divinaResumo
A fama internacional de John Milton (1608-74) se deve a seu épico Paradise Lost (1667; 2.ed.1674), cujo explícito objetivo é “justificar aos homens os procedimentos de Deus” (01.26), ou seja: promover uma justificativa da queda, responsabilizando a humanidade por sua ruína, isentando a divina providência e lhe confirmando a misericórdia. O artigo propõe que se pense Paradise Lost como um experimento mental centrado no conceito de livre-arbítrio: a estratégia de Milton consistiria em manipular ou inserir episódios nas possíveis lacunas do básico enredo bíblico que lhe serve de base, que preenchessem as condições necessárias para se dizer que as personagens agem de modo consciente e suficientemente racional para que sejam responsabilizadas por suas infelizes escolhas. Milton ofereceria, assim, uma solução narrativa a um problema filosófico.
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