Crônica de uma resistência anunciada: os traços da distopia crítica em Bacurau, de Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles
DOI:
https://doi.org/10.22409/gragoata.v26i55.47273Resumo
A distopia é um desdobramento da utopia literária que ganhou força especialmente no início do século XX, demonstrando uma habilidade singular em discorrer sobre temáticas sociopolíticas atuais através de um “espelho manchado do porvir”. O texto distópico possui uma predisposição para a narrativa que a aproxima de variados gêneros artísticos e discursivos ao contar a vivência de uma ou mais pessoas num futuro próximo ou não, em que a ordem social proposta é considerada pior do que aquela que existe na realidade. A partir dos anos 1980, críticos e teóricos que estudam o tema sinalizaram uma “guinada distópica”, em que narrativas desse cunho começaram a apresentar vislumbres de esperança em meio ao caos característico da temática com o advento das chamadas distopias críticas. Tomando as considerações acima, o presente trabalho analisa o longa-metragem recente dos diretores brasileiros Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, Bacurau (2019), como uma distopia crítica. O filme, que situa sua narrativa no sertão pernambucano “daqui a alguns anos”, apresenta a união de uma comunidade contra a tensão constante de forças externas que trabalharam para sua destruição, restando-lhes apenas o senso de resistência já arraigado em sua história. Procura-se, assim, discorrer sobre esse tipo específico de distopia e como ele está presente dentro da narrativa do filme, transformando-o em um material de aguçada crítica social e política. A presente pesquisa é de cunho bibliográfico e caráter exploratório, apoiando-se teoricamente em nomes como Sargent (1994), Baccolini (2003), Cavalcanti (2011) e Moylan (2016).
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