A gênese das variantes da negação

Autores

  • Cláudia Roncarati Universidade Federal Fluminense (UFF)

Palavras-chave:

desenvolvimento da negação, interface entre variação, funcionalismo e aquisição, direcionalidade das variantes da negação no português brasileiro

Resumo

Este artigo enfoca a gênese e a variação da negação com base em corpora longitudinais, explorando possibilidades interpretativas da interação entre variação, aquisição e funcionalismo. Os resultados sugerem que o percurso evolutivo da negação procede da iconicidade para a abstração e ritualização, ao longo de um continuum em que se prevêem estágios intermédios. Os dados apontam, ainda, paralelismo entre desenvolvimento sócio-cognitivo e inscrição de papéis dialógicos: as marcas de materialidade do discurso do não, constituídas através de complexo jogo interativo entre cognição, socialização e linguagem, indiciam, por exemplo, conflitos de autoridade (recusa), problemas de estabelecimento de limites entre o eu e o outro (discordância), inabilidade sensório-motriz, cristalização de justificativas (não porque não), diferenças de pontos de vista (negação polêmica) e quebra de expectativas. A presente pesquisa também apresenta evidências adicionais para a discussão do problema da direcionalidade das variantes da negação no português brasileiro.

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Biografia do Autor

Cláudia Roncarati, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Professora do Programa de Pós-graduação Letras da UFF e pesquisadora do CNPq. Dedica-se atualmente ao estudo de pressões funcionais e cognitivas atuantes nos usos língüísticos. Organizou, em co-autoria, Variação e discurso, Variação e aquisição e publicou o Banco de dados interacionais.

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Publicado

2021-03-07

Como Citar

Roncarati, C. (2021). A gênese das variantes da negação. Gragoatá, 5(9), 171-191. Recuperado de https://periodicos.uff.br/gragoata/article/view/49045