Interação Fictiva como exemplificação em discurso direto: ensino-aprendizagem de português como língua estrangeira
DOI:
https://doi.org/10.22409/gragoata.v28i62.57476.ptPalavras-chave:
Linguística Cognitiva, Fictividade, Discurso Direto Fictivo, Português como Língua EstrangeiraResumo
Este artigo investiga instâncias de Interação Fictiva (IF) em discurso direto como exemplificações de argumentos e explicações, no ensino-aprendizagem de Português como língua estrangeira. Adotam-se autores da Linguística Cognitiva: Talmy (2000), para se tratar da fictividade; Fillmore (1982), da noção de frame; Langacker (2008), de frame atencional; Fauconnier (1994, 1997), de projeção de espaços mentais; Sanders e Redeker (1996), de perspectiva; Pascual (2002, 2006, 2014), da IF como forma de organizar pensamento, gramática e discurso; Rocha (2020, 2022), da dimensão fictiva do discurso direto em relação à factiva. Quanto à metodologia, analisam-se dados de duas aulas em uma turma de nível superior da disciplina de Português como Língua Estrangeira. Assume-se uma abordagem metodológica baseada em corpus (corpus-based) e guiada por corpus (corpus-driven) (MCENERY; HARDIE, 2012; TOGNINI-BONELLI, 2001), possibilitando que os dados tenham maior protagonismo, considerando-se uma categoria já estabelecida. A análise qualitativa revela ocorrências de Exemplificação em Discurso Direto Fictivo visando a promover no discurso conceptualizações de condição adversa, estado de contemplação, estado de desorientação, reconhecimento repentino ou insight e explicação didática. Os achados demonstram que o fenômeno é produtivo em contexto de sala de aula, ocorrendo na fala docente e discente com propósitos comunicativos voltados para a argumentação e para a explicação. Além disso, revelam que as ocorrências apresentam um caráter performático, linguística e prosodicamente marcado, tornando a manifestação mais vívida, como um convite aos interlocutores a se projetarem em coordenadas espaço-temporais distintas da cena comunicativa corrente, objetivando convencimento e clareza no processo de ensino-aprendizagem.
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