Línguas Estrangeiras na Pós-Graduação Brasileira: reflexões Glotopolíticas a partir do levantamento em uma área e região
DOI:
https://doi.org/10.22409/gragoata.v30i66.63010.ptPalavras-chave:
Línguas estrangeiras na universidade, Línguas na produção de conhecimento, Política linguística na América do Sul, Pós-graduação brasileiraResumo
No contexto de uma pesquisa sobre lugares para as línguas estrangeiras na pós-graduação brasileira em diferentes áreas das Humanidades, este artigo apresenta resultados de um levantamento sobre quais línguas são aceitas para demonstração de proficiência em programas de Pós-Graduação da região Sudeste, da área de Educação. Trata-se de uma pesquisa sobre políticas linguísticas, enquadrada no referencial teórico da Glotopolítica como estudo tanto das intervenções mais ou menos institucionalizadas sobre as línguas e sobre as relações entre elas, quanto da dimensão ideológica que se relaciona a essas intervenções. Foram indagadas as opções de línguas em 70 programas de Pós-Graduação oficialmente reconhecidos. Os resultados quantitativos mostraram um pódio político-linguístico em que o inglês se encontra em uma nítida primeira posição, e com traços de obrigatoriedade em alguns casos. Em segundo e terceiro lugar, com uma significativa presença, aparecem respectivamente o espanhol e o francês, seguidos muito atrás pelo italiano e o alemão. No plano qualitativo, desenvolvemos uma reflexão que relaciona o conjunto dos dados com as ideologias acerca do inglês como suposta língua única da produção de conhecimento, com estudos que discutem criticamente as medições sobre presença de línguas nas publicações científicas, especialmente nas Humanidades, e com o panorama político linguístico da América do Sul nas últimas décadas.
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