Políticas linguísticas e acolhimento intercultural de crianças, jovens e adultos indígenas da etnia Warao no Piauí
DOI:
https://doi.org/10.22409/gragoata.v30i66.64495.ptPalavras-chave:
Políticas Linguísticas, Interculturalidade, Translinguagem, WaraoResumo
O trabalho apresenta as experiências de formação e acompanhamento de educadores envolvidos nos projetos Alfabetização sem Fronteiras, da Secretaria Municipal de Educação (SEMEC) de Teresina-PI, e Educação de Jovens e Adultos (EJA) Nebu Tuma-Daomata Tane Naminakitane, da Secretaria de Educação do Estado do Piauí (SEDUC-PI). Trata-se de ações desenvolvidas com indígenas da etnia Warao, oriundos da Venezuela, que se encontram em situação de refúgio, na capital piauiense. Ao vislumbrarmos a potência dessas experiências como exemplos de vivências interculturais, translíngues e freirianas de acolhimento, cogitamos visibilizar as políticas linguísticas consideradas nos processos de letramentos e de mobilização de repertórios com estudantes da etnia, na rede pública municipal e estadual de ensino daquela cidade. Para tanto, foram realizadas observações de aulas com crianças e adolescentes nas escolas da SEMEC, bem como a coleta de materiais utilizados na experiência com adultos da SEDUC-PI. Espera-se que a visibilização daquelas ações e a produção de caderno pedagógico com orientações para educadores no contexto do EJA Intercultural Warao possam contribuir, não apenas para a continuidade da inclusão dessa comunidade vulnerabilizada socioeconomicamente, mas também para o aprofundamento de políticas educacionais que se comprometam com a garantia de seus direitos linguísticos no Brasil.
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