Que boom é esse? Escritoras latino-americanas contemporâneas em tradução no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.22409/gragoata.v30i68.68223.ptPalavras-chave:
Mulheres, Tradução, Crítica feministaResumo
O objetivo deste trabalho é analisar, a partir dos estudos da tradução e dos estudos da edição, a publicação do atualmente chamado “nuevo boom” da literatura latino-americana no Brasil, e os seus efeitos tanto para o diálogo entre mulheres da região quanto para a compreensão e para a ressignificação da identidade latino-americana. Para isso, parte-se da construção histórica da constituição do conceito de América Latina e do espaço problemático do Brasil nele; na sequência, analisa-se o conceito “nuevo boom” e a presença de mulheres na tradução de literatura hispano-americana no Brasil para, por fim, solidificar a discussão por meio da análise de duas iniciativas editoriais e tradutórias brasileiras: a revista Puñado, da editora Incompleta, e a coleção Nosotras, da editora Relicário.
Downloads
Referências
ALVAREZ, Sonia. Construindo una política feminista translocal da tradução feminista. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 17, n. 3, p. 743-753, 2009.
AMARO, Lorena. En estado de resistencia: la reciente narrativa hispanoamericana de mujeres. Catedral Tomada. v. 9, n. 16, p. 30-61, 2021.
BOURDIEU, Pierre. As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário. Tradução de Maria Lucia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
CAMPOS, Haroldo de. Da Razão Antropofágica: Diálogos e Diferença na Cultura Brasileira. In: CAMPOS, Haroldo de. Metalinguagem e outras metas. São Paulo: Perspectiva, 2005. p. 231-256.
CAPOTE DIAZ, Virginia. La literatura latinoamericana escrita por mujeres hoy: aproximación a su recepción y notas preliminares a un fenómeno incipiente. El caso de Colombia. KAMCHATKA – Revista de análisis cultural, v. 17, p. 453-473, 2021.
CASANOVA, Pascale. A república mundial das letras. Tradução de Marina Appenzeller. São Paulo: Estação Liberdade, 2002.
CASTRO, Olga. (Re)examinando horizontes nos estudos feministas de tradução: em direção a uma terceira onda? Tradução de Beatriz Regina Guimarães Barboza. TradTerm, v. 29, p. 216-250, 2017.
CASTRO, Olga; SPOTURNO, María Laura; FLOREZ VALDEZ , Maria Barbara; BARBOZA, Beatriz Regina Guimarães. Feminismos e tradução: apontamentos conceituais e metodológicos para os estudos feministas transnacionais da tradução. Cadernos de Tradução, [S. l.], v. 42, n. 1, p. 1-59, 2022.
CHAMBERLAIN, Lori. Gênero e a metafórica da tradução. Tradução de Norma Viscardi. In: OTTONI, Paulo (org.). Tradução. A prática da diferença. FAPESP/UNICAMP, Campinas, 1998.
CORROTO, Paula. El otro ‘boom’ latinoamericano es feminino. El País, 14 ago. 2017. Disponível em: https://elpais.com/cultura/2017/08/13/actualidad/1502641791_807871.html Acesso em: 10 jan. 2025.
COSTA, Claudia J. L. Feminismos decoloniais e a política e a ética da tradução. In: BUARQUE DE HOLLANDA, Heloisa (org.). Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020. p. 336-339.
DEL REY, Laura. Começo. Revista Puñado, p. 5, 2017.
DELEUZE, Gilles, GUATTARI, Félix. O que é uma literatura menor. In: Kafka, para uma literatura menor. Tradução de Rafael Godinho. Lisboa: Assírio & Alvim, 2003. p. 38-56.
ELTIT, Diamela. Los bordes de la letra. 2003. Disponível em: http://www.letras.mysite.com/eltitcuba0808031.htm. Acesso em: 10 jan. 2025
EVEN-ZOHAR, Itamar. A posição da literatura traduzida dentro do polissistema literário. Tradução de Leandro de Ávila Braga. Translatio, n. 3, p. 3-10, 2012.
FELSKI, Rita. Literature after feminism. Chicago: University of Chicago Press, 2003.
FONSECA, Luciana; SILVA, Liliam; SILVA-REIS, Dennys. Apontamentos basilares para os estudos da tradução feminista na América Latina. Mutatis Mutandis. v. 13, n. 2, p. 210-227, 2020.
FONSECA, Luciana. Revisitando metáforas de gênero na tradução: um olhar decolonial. In: Cadernos da Cátedra UNESCO Memorial.. Movimentos da América Latina. São Paulo: Fundação Memorial da América Latina, 2021. p. 18-42.
GALLEGO CUIÑAS, Ana. La alfaguarización de la literatura latinoamericana: mercado editorial y figura de autor en Sudor, de Albert Fuguet. In: BRESCIA, Pablo; ESTRADA, Oswaldo (org.). McCrack: McOndo, el Crack y los destinos de la literatura latinoamericana. Valencia: Albatros Ediciones, 2018. p. 235-254.
GALLEGO CUIÑAS, Ana. Feminismo y literatura (argentina) mundial: Selva Almada, Mariana Enríquez y Samanta Schweblin. In: GUERRERO, Gustavo; LOCANE, Jorge J; LOY, Benjamin; MULLER, Gesine. Literatura latinoamericana mundial: dispositivos y disidencias. Berlin/Boston: De Gruyter, 2020. p. 71-96.
GALLEGO CUIÑAS, Ana . Las editoriales independientes en el punto de mira literario: balance y perspectivas teóricas. Caravelle. N. 113. 2019, p. 61-76.
GALLEGO CUIÑAS, Ana. Cultura literaria y políticas de mercado: editoriales, ferias y festivales. Berlim/Boston: Degruyter, 2022.
GODAYOL, Pilar. Malintzin/La Malinche/Doña Marina: Re-reading the myth of the treacherous translator. Journal of Iberian and Latin American Studies, v. 18, n. 1, p. 61-76, 2012.
GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural de amefricanidade. Tempo Brasileiro. n. 92/93 (jan./jun.), p. 69-82, 1988.
HERRA, Mayra. El “BOOM” de la literatura Latinoamericana: causas, contextos y consecuencias. Carlos Monge Alfaro: Universidad de Costa Rica, 1990.
KARAM, Sergio. A tradução de literatura hispano-americana no Brasil: um capítulo da história da literatura brasileira. 2016. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-graduação em Letras, Porto Alegre, 2016.
KARAM, Sergio. Traduzir o Brasil, a Argentina e o mundo: coleções de literatura estrangeira nas décadas de 1930, 1940 e 1950 e nas duas primeiras décadas do século XXI. 2021. Tese (Doutorado em Letras) – Doutorado em Estudos de Literatura, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2021.
LUDMER, Josefina. Aquí América Latina: una especulación. Buenos Aires: Eterna Cadencia Editora, 2010.
MAGRI, Ieda. Polêmicas da vizinhança: a partir de uma provocação de César Aira. In: MAGRI, Ieda; CHARBEL, Felipe; GUTIÉRREZ, Rafael (org.). Leituras do contemporâneo: literatura e crítica no Brasil e na Argentina. Belo Horizonte: Relicário, p. 125-139, 2021.
MARTINS, Márcia. A tradução no Brasil e a retradução de clássicos: algumas considerações. TradTerm, v. 39, p. 151-173, 2021.
MHEREB, Maria T. O livro no novelo das contradições sociais: materialidades do invisível. Boletim3x22 (Biblioteca Brasiliana – USP), n. 6, p. 98-107, 2021.
MIGNOLO, Walter. La idea de America Latina: la herida colonial y la opción decolonial. Trad. Silvia Jawerbaum e Julieta Barba. Barcelona: Gedisa Editorial, 2007.
MUNIZ JÚNIOR, José S. Girafas e bonsais: editores “independentes” na Argentina e no Brasil (1991-2015). 2016. Tese (Doutorado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016.
NASCIMENTO, Marcos R. Graus de independência/dependência (GIDs): um instrumento de análise das práticas e estratégias das casas editoriais brasileiras. 2022. Tese (Doutorado) – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em Estudo de Linguagens, Belo Horizonte, 2022.
NEWCOMB, Robert P. Nossa and Nuestra América: inter-American dialogues. West Lafayatte: Purdue University Press, 2012.
PIZARRO, Ana (org.). La literatura latinoamericana como proceso. Buenos Aires: Centro Editor de América Latina, 1985.
PIZARRO, Ana. El sur y los trópicos: ensayos de cultura latinoamericana. Santiago: Cuadernos de América sin nombre, 2004.
PUÑADO; KRAUSS, Bárbara; SALAZAR, Julia. Caderno de entrevistas com tradutoras. Revista Puñado, p. 233-257, 2021.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. Buenos Aires: CLACSO – Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales, 2005.
RAMA, Ángel. Transculturación narrativa en America Latina. Buenos Aires: El Andariego, 2008.
RELICÁRIO. Coleção Nosostras. 2024. Disponível em: https://www.relicarioedicoes.com/livros/viver-entre-linguas. Acesso em: 10 dez. 2024.
RIBEIRO, Ana Elisa. Editoriales y editoras en Brasil hoy. Dos casos contemporáneos: Chão da Feira y Relicário. Lectora, v. 25, p. 227-240, 2019.
RICH, Adrienne. Quando da morte acordamos: a escrita como re-visão. Tradução de Susana Bornéo Funck. In: BRANDÃO, Izabel (org.). Traduções da cultura: perspectivas críticas feministas (1970-2010). Florianópolis: EDUFAL/Editora da UFSC, 2017.
RUSS, Joana. How to supress women’s writing. Austin: University of Texas Press, 2005.
SCHERER, Fabiana. El nuevo boom latinoamericano: las escritoras marcan el rumbo. La Nación, 12 jun. 2021. Disponível em: www.lanacion.com.ar/lifestyle/el-nuevo-boom-latinoamericano-las-escritoras-marcan-el-rumbo-nid12062021/. Acesso em: 10 ago. 2023.
SILVA, Leticia P. Tecendo redes e traçando mobilidades entre escritoras latino-americanas. In: MARCHIORO, Camila; NAJARRO GUZMÁN, Christy (org.). Mulheres que pensquisam mulheres na América Latina. Cachoeirinha: Fi, 2023. p. 106-124.
SILVA, Leticia P. Revista Puñado: redes e mobilidades d/entre mulheres latino-americanas. 2025. Tese (Doutorado em Letras) – Programa de Pós-graduação em Letras, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2025.
SPIVAK, Gayatri. The Spivak Reader. Edited by Donna Landry & Gerald MacLean. New York: Routledge, 1996.
VENUTI, L. Escândalos da tradução: por uma ética da diferença. Tradução de Laureano Pelegrin, Lucinéia Marcelino Villela, Marileide Dias Esqueda e Valéria Biondo. São Paulo: Editora Unesp, 2019.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Gragoatá

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
AUTORIZAÇÃO
Autores que publicam em Gragoatá concordam com os seguintes termos:
Os autores mantêm os direitos e cedem à revista o direito à primeira publicação, simultaneamente submetido a uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), que permite o compartilhamento por terceiros com a devida menção ao autor e à primeira publicação pela Gragoatá.
Os autores podem entrar em acordos contratuais adicionais e separados para a distribuição não exclusiva da versão publicada da obra (por exemplo, postá-la em um repositório institucional ou publicá-la em um livro), com o reconhecimento de sua publicação inicial na Gragoatá.
A Gragoatá utiliza uma Licença Creative Commons - Atribuição CC BY 4.0 Internacional.







