Desuniversalizando o decolonial: entre parênteses e céus em queda

Resumen

Partindo da premissa de que o conceito de decolonialidade tornou-se tema frequente na Linguística Aplicada brasileira contemporânea, este artigo advoga em favor de uma práxis decolonial performática de modo a se prevenir que a decolonialidade irrompa em universalismos. Para tanto, o artigo inicia com algumas teorizações acerca da decolonialidade, com ênfase à tríade prevista em qualquer exercício decolonial, qual seja, a tarefa de Identificar-Interrogar-Interromper a colonialidade. O texto advoga em favor de uma comunicação outra, que, somada às noções de trazer o corpo de volta e marcar o não marcado, constituem estratégias decoloniais fundamentais para a interrupção da colonialidade. A discussão das estratégias é seguida por uma análise crítica da obra The falling Sky: words of a Yanomami shaman, de Kopenawa e Albert (2013), como exemplo de pedagogia decolonial que nos ajuda, na condição de pesquisadores e formadores de professores de línguas, a nos tornarmos mais alertas acerca de agendas educacionais afeitas à justiça social e à interculturalidade mas ainda alicerçadas em projetos coloniais.