A leitura como prática emancipatória em contexto penitenciário: um estudo à luz da linguística aplicada
DOI:
https://doi.org/10.22409/gragoata.v28i60.53209Palabras clave:
Educação libertadora. Linguística Aplicada. Leitura no presidio. Mulheres no cárcere.Resumen
Como recorte de um projeto maior, denominado “A leitura dialógica em contexto penitenciário: vozes femininas que ecoam responsivamente na construção de sentidos”, este artigo busca investigar a prática social de leitura numa perspectiva dialógica numa penitenciária feminina de Palmas-Tocantins. Inserido na área da Linguística Aplicada, numa concepção Transgressiva (PENNYCOOK, 2006), mais especificamente, buscamos compreender como as reeducandas constroem sentidos como forma de emancipação e conscientização. Para tanto, esta investigação tem orientação interpretativista e inspirou-se na metodologia do Pensar Alto em Grupo–PAG (Cf. ZANOTTO, 1995). Assim, analisamos, a partir da vivência de leitura do conto A moça tecelã, como se deu a constituição da identidade leitora das mulheres encarceradas. A fundamentação teórica relaciona-se aos pressupostos dialógicos do Círculo de Bakhtin, sobre os estudos sobre letramento (STREET, 2014) e à epistemologia da educação emancipadora (FREIRE, 2019; 2020). Os dados revelaram que: i) as participantes descobriram suas vozes, subjetivas e dialógicas (refutando, concordando, ressignificando), por meio da leitura, confirmando que o ato de ler no presídio é uma forma de emancipação e libertação; ii) as reeducandas se emancipam quando tomam consciência do seu estado e a partir daí buscam transformá-lo de maneira crítica e reflexiva.
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