CHAMADA DE ARTIGOS | ESTADOS DA POESIA CONTEMPORÂNEA | v. 31, n. 69, 2026
ESTADOS DA POESIA CONTEMPORÂNEA
Qual é o estado atual da poesia? O que sua escrita, sua marca logofágica – ou mesmo
seu silêncio – no seu dizer nos ringues das ruas pelo slam, nas salas de aulas pelo
mundo, nas micro, pequenas, médias ou grandes edições tem manifestado em termos de
recursos criativos e críticos por parte dos sujeitos poéticos? São ainda sujeitos líricos,
ou seriam sujeitos antilíricos? Entre a retórica e a política, podemos pensar na relação
da poesia com o logos, mas nesta contemporaneidade marcada pelo desamparo e pelo
não-sentido, o/a poeta revela pela criação uma forma de (des)organização do mundo.
Em alguma medida, portanto, a poesia é o mundo e suas in-versões. Com efeito,
interessa, para este dossiê, investigar em que medida a produção contemporânea de
poesia aproxima seu fazer de procedimentos anárquicos, ora evocando uma
operatividade da fragmentação, da colagem e do não sentido, ora como figurações
anárquicas que podem colocar como questão a devoração do logos como rejeição à
autoridade do sentido ou às ideologias dominantes. Se, como propõe Túa Blesa,
“Iniciados no silêncio, [os poetas] regressaram da cripta das sombras com um halo
mistérico na sua escrita, agora legível e ilegível. Por terem levado, estes poetas, o risco
à sua escrita, cada uma destas páginas é escrita como uma homenagem.” qual seria –
haveria? – a relação entre anarquia poética e filiação? Pretende-se, então, a partir disso,
reunir artigos que discutam sobre o estado da poesia contemporânea, sobre as
atualizações e desconstruções do sujeito poético, sobre as formas do mundus inversus
como crítica à realidade política e social, sobre os papéis do riso, do grotesco e da sátira
na inversão de valores ou mesmo sobre a gestualidade da inversão e da (des)apropriação
como (est)ética do deslocamento.
Palavras-chaves: poesia contemporânea; poética; política.
O prazo final para submissão de artigos FOI ADIADO PARA 30 DE NOVEMBRO DE 2025.







