Tensionamento de vozes na primeira página do jornal: o Episódio Aracruz na capa de Zero Hora

Auteurs

  • Élida Lima UCPel
  • Maria da Glória di Fanti PUCRS

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https://doi.org/10.22409/gragoata.v15i28.33100

Mots-clés:

Relações dialógicas. Capa de jornal impresso. Episódio Aracruz

Résumé

Este artigo tem o objetivo de analisar discursivamente a capa do jornal Zero Hora (RS) do dia 12 de março de 2006, verificando relações dialógicas estabelecidas de modo a recuperar características e efeitos de sentido da cobertura de um evento de grande repercussão na mídia gaúcha, que denominamos para fins de pesquisa como Episódio Aracruz. A análise parte dos pressupostos teóricos desenvolvidos pelo Círculo de Bakhtin e esta­belece interlocução com a abordagem ergológica. Por razões metodológicas, a análise está organizada em dois grupos interdependentes. O primeiro apresenta uma reflexão acerca da capa do jornal em estudo e de efeitos produzidos pelos recursos visuais utilizados (como cor, espaço e elementos gráficos). O segundo grupo analisa os recursos verbais eleitos para a construção da capa, considerando (a) designações utilizadas para a chamada sobre o Episódio Aracruz e, de modo sucinto, (b) elementos verbais utilizados em outras chamadas, que, por constituírem o mesmo projeto gráfico, mantêm uma interlocução e, assim, produzem efeitos diversos. Os resultados da reflexão indicam que os enunciados analisados, não seguindo as prescrições dos manuais de redação jornalística, são altamente avaliativos na intrínseca relação entre os planos verbal e visual, o que revela a relativa estabilidade dos gêneros e ratifi­ca o estatuto lacunar das normas do trabalho. Nesse processo discursivo, a posição do jornal emerge em um emaranhado de vozes na cobertura do Episódio Aracruz, deixando ressoar, dentre outras relações dialógicas, a ruptura com os movimentos sociais, o que exige uma leitura crítica para compreender os sentidos em circulação.

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Bibliographies de l'auteur

Élida Lima, UCPel

Mestre em Linguística Aplicada pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela mesma instituição. Atuou como jornalista, tendo desempenhado funções de repórter, editora e coordenadora de redação. Atualmente, dedica-se a pesquisas acerca da mídia impressa sob a perspectiva da análise do discurso, realizando uma interlocução da teoria bakhtiniana com estudos da comunicação social.

Maria da Glória di Fanti, PUCRS

Doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2004), com Doutorado-Sanduíche (2001-2002) no Departamento de Ergologia – Análise Pluridisciplinar de Situações de Trabalho (APST) – na Universidade de Provence (França). Atualmente é professora-pesquisadora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e exerce a função de coordenadora do GT “Linguagem, Enunciação e Trabalho” da ANPOLL. Tem experiência na área de Estudos da Linguagem, com ênfase na abordagem enunciativo-discursiva desenvolvida por Bakhtin e seu Círculo.

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Publiée

2010-06-30

Numéro

Rubrique

Artigos de Literatura