No fluxo da resistência: a literatura, (ainda) universo da reinvenção da diferença
Mots-clés:
Pós-colonial. Língua. Tradução CulturalRésumé
No seu livro Retrato do Colonizado Precedido do Retrato do Colonizador1 (1957), o tunisino Albert Memmi afirma que a “dilaceração essencial do colonizado encontra-se particularmente expressa e simbolizada no bilinguismo colonial” (1989, p. 96). Este não deve confundir-se com qualquer dualismo linguístico, porquanto língua está a ser aqui pensada na ampla acepção, isto é, como veículo de cultura. Memmi adianta ainda que o domínio das duas línguas pelo escritor que escreve em situação de colonização (leia-se, no caso, africano) – a saber: a língua europeia, do colonizador, e a língua africana através da qual interpreta o mundo (mesmo que não língua materna) – permite ao escritor a participação nos dois “reinos psíquicos e culturais”, isto é, a interacção mundivivencial e ideológica entre os universos culturais em presença, o africano e o europeu, de que se fazem as literaturas africanas em línguas europeias. Este texto propõe-se como reflexão sobre esse processo de elaboração de uma “outra língua” que emerge desse processo de reinvenção e metamorfose translinguística do (mesmo) sistema linguístico portuguesa através da qual se actualiza o jogo da representação cultural para traduzir nações diferentes, através de diferentes articulações literárias, tomando como instância de reflexão o trabalho de escrita de três escritores africanos: Luandino Vieira, Uanhenga Xitu (angolano) e Mia Couto (mçambicano).##plugins.generic.usageStats.downloads##
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