A semiótica tensiva e o 'nouveau roman' de Nathalie Sarraute
Mots-clés:
Semiótica francesa. Tensividade. Ritmo. Enunciação. Literatura contemporâneaRésumé
Entre os vários desenvolvimentos da semiótica greimasiana nos anos recentes, os trabalhos de Claude Zilberberg e Jacques Fontanille têm se caracterizado pela tentativa de criação de um quadro teórico que possa abrigar os elementos sensíveis que participam da geração de sentido do texto. Nessa nova vertente teórica – conhecida como semiótica tensiva –, conteúdos sensíveis são cifrados em termos de categorias contínuas, como andamento, tonicidade, intensidade etc., de onde se abre a possibilidade de tratar o texto enquanto processo. Embora esse novo quadro teórico nada altere o procedimento clássico de análise, ele se mostra particularmente produtivo no tratamento de textos contemporâneos, que trazem como uma de suas marcas a manipulação sensível do enunciatário. A obra da escritora francesa Nathalie Sarraute é um bom exemplo disso. No presente ensaio, propomos uma análise de “Je ne comprends pas” (em L’usage de la parole, 1980), em que enunciador e enunciatário são deslocados de sua posição “clássica” e passam a interagir em primeiro plano. Mostraremos que essa estratégia de construção do texto resulta de um certo embaralhamento de vozes dos actantes discursivos (enunciador/enunciatário, narrador/narratário, interlocutor/interlocutário), de modo a fazê-los compartilhar de um mesmo ritmo do conteúdo. Daí o efeito de sentido de obra que não pede apenas para ser compreendida, mas, sobretudo, para ser “vivenciada”.
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