Entre a aceitação e a negação: a construção literária do negro como modelo em <i>O mulato</i>
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https://doi.org/10.22409/gragoata.v22i43.33489Mots-clés:
Aluísio Azevedo. Identidade. Estereótipos literários.Résumé
Aluísio Azevedo publica em 1881 o romance O mulato e inaugura o Naturalismo no Brasil (ABREU, 2013, p. 213; RIBEIRO, 1995, p. 205). A obra do autor, no entanto, pode ser considerada duplamente fundacional, ou pelo menos em uma segunda esfera igualmente fundacional, porque ela aborda e problematiza o nascimento da nação e de uma identidade que pudesse ser chamada de brasileira. Ao tratar da questão étnica nos últimos anos do sistema escravista no Brasil, o autor critica e rechaça a conduta discriminatória dos maranhenses, ao mesmo tempo em que deixa transparecer os próprios preconceitos em relação à população afrodescendente. Trata-se, portanto, de uma obra ambígua, na qual faz-se evidente o desejo de Azevedo de integrar a população negra na nação que se formava no final do século XIX e sua dificuldade em reconhecer valor na cultura afro-brasileira. O presente artigo tem como objetivo analisar a imagem do personagem afrodescendente partindo da premissa de que a alteridade e conceitos identitários sempre surgem em um contexto histórico e discursivo. Nas entrelinhas desse romance, buscaremos, assim, resposta para a caracterização ambivalente do personagem afro-americano como modelo para o futuro da nação.
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DOI: http://dx.doi.org/10.22409/gragoata.2017n43a878.
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