‘Céus ao rés-da-página’: imagem, superfície, poesia e política (Considerações sobre Carlos de Oliveira)

Auteurs

  • Mônica Genelhu Fagundes Universidade Federal do Rio de Janeiro

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https://doi.org/10.22409/gragoata.v23i45.33568

Mots-clés:

Carlos de Oliveira, Stéphane Mallarmé, imagem, desastre.

Résumé

Estrelas são imagens recorrentes na poesia de Carlos de Oliveira, constituindo uma chave de leitura para o seu projeto poético e político: são contraponto, resistência, construto utópico que se impõe diante (ou dentro) da “noite” salazarista: símile da própria escritura. Aprofundando esta reflexão e relacionando as estrelas-signo do poeta português aos igualmente obsedantes astros do universo poético de Mallarmé, aos céus da pintura de Magritte e às reflexões de Jean-Luc Nancy, Maurice Blanchot e Jacques Rancière, buscamos reconhecer as representações do céu estrelado como imagens conceituais, autorreflexivas, alegorias da imagem poética: céu decaído, dessacralizado, inscrito ao rés-da-página – des-astre. Nesta perspectiva, a imagem poética e a superfície da página do poema se revelam, por sua construção mesma, atos políticos de desafio a todo determinismo de forma e significação, a classificações e hierarquizações, à submissão a modelos e poderes soberanos.

 

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DOI: http://dx.doi.org/10.22409/gragoata.2018n45a1062.

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Biographie de l'auteur

Mônica Genelhu Fagundes, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professora de Literatura Portuguesa da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Doutora em Literatura Comparada pela UFRJ. Sua área de investigação são os Estudos Interartes, especialmente as relações entre a literatura portuguesa moderna e contemporânea e as artes visuais.

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Publiée

2018-04-30

Numéro

Rubrique

Artigos de Literatura