A vitalidade identitária de contornos entonacionais característicos do falar manezinho

Auteurs

  • Izabel Christine Seara Universidade Federal de Santa Catarina
  • Juan Manuel Sosa Universidade Federal de Santa Catarina
  • Roberta Pires de Oliveira Universidade Federal de Santa Catarina; Universidade Federal do Paraná; Pós-graduação em Linguística; Pós-graduação em Inglês.

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https://doi.org/10.22409/gragoata.v23i46.33593

Mots-clés:

Entoação, Falar manezinho, Contorno com upstep, Valor semântico-pragmático.

Résumé

Este artigo descreve um contorno entonacional que particulariza uma variedade dialetal - o falar manezinho - e aventa a hipótese de “interface" entre prosódia e semântica/pragmática em que um mesmo contorno prosódico é associado a diferentes significações pelo manezinho e pelo não manezinho. Seara e Sosa (2017), estudando o falar manezinho, observaram um contorno declarativo com upstep em falantes mais velhos (acima de 50 anos) ainda não descrito na literatura. Esse contorno apresenta, no núcleo entonacional, um pico bastante alto seguido por uma drástica queda na parte inferior do registro do falante ((LH) ¡H*L% - representação fonológica do pitch apoiada na teoria métrica autossegmental (PIERREHUMBERT, 1980; entre outros). Essa investigação mostrou que, embora os mais jovens produzam o contorno com upstep, esse contorno apresenta uma subida não tão alta quanto a exibida pelos mais velhos. Realizamos um teste de discriminação com os contornos com upstep com características similares às dos sujeitos mais velhos e, com um teste de identificação, averiguamos o valor semântico-pragmático desses contornos. O teste de discriminação mostrou que o contorno com upstep tem vitalidade entre os mais jovens, mesmo que apresente uma subida não tão relevante quanto à apresentada pelos mais velhos. O teste de identificação mostrou que contornos com upstep mais proeminente foram identificados pelos ouvintes não manezinhos como uma pergunta (17%); no entanto, nenhum ouvinte manezinho compreendeu que estava diante de uma pergunta. Esses resultados parecem sugerir que há indícios de que se trata de duas variedades distintas e requer o aprofundamento das análises.

 

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DOI: http://dx.doi.org/10.22409/gragoata.2018n46a1098

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Bibliographies de l'auteur

Izabel Christine Seara, Universidade Federal de Santa Catarina

Bolsista de produtividade do CNPq (PQ2), vinculada ao Laboratório de Fonética Aplicada (FONAPLI), professora na graduação do Curso de Letras-Português na Universidade Federal de Santa Catarina e no Programa de Pós-graduação nessa mesma Universidade. Atua na área de Fonética e Fonologia das linguas naturais, desenvolvendo pesquisas na aerodinâmica e na articulação da fala e em fonética acústica, prosódia e entoação.

Juan Manuel Sosa, Universidade Federal de Santa Catarina

Professor Associado da Simon Fraser University, Canadá. Fez seu mestrado em fonética na University College London e seu doutorado em linguística hispânica na Universidade de Massachusetts. Sua área de especialização é fonética prosódica e fonologia. É o autor do livro La Entonación del Español (Cátedra, Madrid 1999).

Roberta Pires de Oliveira, Universidade Federal de Santa Catarina; Universidade Federal do Paraná; Pós-graduação em Linguística; Pós-graduação em Inglês.

Pesquisadora 1 do CNPq e atua na área de semântica/pragmática das línguas naturais dentro do quadro formal, junto ao Núcleo de Estudos Gramaticais (NEG). É professora da Graduação em Letras-Português da UFSC. Desenvolve suas pesquisas junto ao Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPR e da Pós-Graduação em Inglês da UFSC. Tem muito interesse em entender a relação som e sentido.

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Publiée

2018-08-30

Numéro

Rubrique

Artigos de Linguagem