Discursos políticos presidenciais de Ano Novo. Gerir a incerteza
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https://doi.org/10.22409/gragoata.v24i50.34193Mots-clés:
Discursos políticos presidenciais de Ano Novo, género de discurso, imagens do locutor, organização discursiva.Résumé
O regime político português é um regime semipresidencial. O Presidente da República tem funções específicas que tornam os discursos centrais na sua ação política. No trabalho agora apresentado, centramo-nos nos discursos, no modo como a linguagem é usada e construída em práticas sociais marcadas pela natureza linguística da interação. Pretendemos analisar as características discursivas de um género de discurso com tradição na República Portuguesa, as Mensagens de Ano Novo. Marcadas por um macroato de endereçamento de votos de Bom Ano a todos os portugueses, são determinadas pelas características das funções políticas do locutor e pelos objetivos que persegue em cada interação particular. Partindo das investigações realizadas em análise do(s) discurso(s) e em linguística da enunciação (ADAM, 2005, 2012; AMOSSY, 2000; BAKHTINE, 1984; BENVENISTE, 1966, 1970; KERBRAT-ORECCHIONI, 2002; HAILON, 2012; MAINGUENEAU, 2014; MOIRAND, 2003; MARQUES, 2015, entre outros), pretendemos estudar os modos como os presidentes da república portugueses constroem os seus discursos e neles se constroem também. Daremos particular atenção à organização enunciativa dos discursos, ao modo como o locutor se posiciona em face do seu próprio dizer e ao objeto do seu discurso e, ainda, em face dos alocutário(s), segundo uma agenda política que joga com a imagem do presidente, a sua legitimidade, que é institucional, mas sobretudo a sua credibilidade, que é política (CHARAUDEAU, 2005; MARQUES, 2014). Os dados em análise são constituídos por Mensagens de Ano Novo proferidas pelos três últimos presidentes da República Portuguesa, entre 1997 e 2017.
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