O par construcional “acredita nisso/acredita isso”: distinção sintática no uso implica diferença semântico-pragmática

Auteurs

  • Luiz Fernando Matos Rocha Universidade Federal de Juiz de Fora https://orcid.org/0000-0001-5251-1652
  • Ana Carolina Neves Dias Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Karina Carolina Vieira Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Joice Carla Ribeiro da Silva Universidade Federal de Juiz de Fora

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https://doi.org/10.22409/gragoata.v25i52.36586

Mots-clés:

Gramática das Construções. Fictividade. Subjetividade. Intersubjetividade. Uso.

Résumé

Este trabalho investiga, no par de construções gramaticais “acredita nisso/acredita isso”, distinções semântico-pragmáticas suscitadas por diferenças sintáticas e licenciadas por contextos discursivos específicos. Tendo em vista o arcabouço teórico da Linguística Cognitiva, representado aqui por autores como Almeida (2010), Croft e Cruse (2004), Ferrari (2011), Goldberg (1995, 2006), Langacker (1999, 2007), Pascual (2014) e Talmy (2000), postula-se que os usos de “acredita nisso”, comuns a contextos de contraexpectativa reiterada e contraposição local, abarcam uma perspectiva mais objetiva sobre a cena evocada, sendo que, ao acionar o frame de crença, o enunciador evoca-o para o outro; já os de “acredita isso”, comuns a contextos de contraexpectativa local, envolvem uma perspectiva mais subjetiva do enunciador sobre a cena evocada, sendo que, ao acionar o frame de perplexidade, o enunciador invoca-o para si em detrimento da reação do interlocutor. O termo antecedente anaforicamente retomado pelo pronome “nisso” perfila a concepção própria do enunciador, em perspectiva conjuntiva; ao passo que o termo antecedente anaforicamente retomado pelo pronome “isso” perfila a concepção do interlocutor, em perspectiva disjuntiva. Se o verbo “acreditar” estiver sob o escopo da negação, dá-se o oposto: “nisso” perfila a concepção do interlocutor; “isso” perfila a concepção própria do enunciador. As hipóteses foram levantadas com base em dados extraídos de sites em português na internet.

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Bibliographies de l'auteur

Luiz Fernando Matos Rocha, Universidade Federal de Juiz de Fora

Doutor em Linguística (UFRJ, 2004), mestre em Linguística (UFJF, 2000), graduado em Letras (Português e Latim, UFJF, 1998) e bacharel em Comunicação Social (Jornalismo, UFJF, 1991). É docente e pesquisador da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora (FALE/UFJF) e tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Linguística Cognitiva, atuando principalmente nos seguintes temas: cognição, discurso reportado, fictividade e gramática. Cumpriu estágio pós-doutoral (bolsista da CAPES - Processo: BEX 4084/10-1), na Universidade Católica Portuguesa (Braga), no âmbito do Centro de Estudos Filosóficos e Humanísticos (CEFH), no qual atua como membro integrado do projeto de investigação "Sociolinguística Cognitiva e Variação do Português Europeu e Brasileiro", pertencente ao grupo de investigação "Estudos de Linguagem e Comunicação". É também membro do Grupo de Pesquisa Interfaces Linguagem, Cognição e Cultura - INCOGNITO, da UFMG, e do Laboratório de Estudos Avançados de Linguagens (LEAL), da Universidade Católica de Pelotas.

Ana Carolina Neves Dias, Universidade Federal de Juiz de Fora

Graduada em Letras/Português (UFJF, 2019). Atualmente, é mestranda do Programa de Pós-Graduação em Linguística, da mesma instituição.

Karina Carolina Vieira, Universidade Federal de Juiz de Fora

Graduada em Letras/Português (UFJF, 2019), tendo atuado como bolsista de Iniciação Científica (CNPq) durante dois anos e meio. Atualmente, é mestranda do Programa de Pós-Graduação em Linguística (UFJF).

Joice Carla Ribeiro da Silva, Universidade Federal de Juiz de Fora

Graduada em Letras/Português (UFJF, 2019). Atualmente, é docente contratada do ensino público, fundamental e médio (EJA), na Escola Estadual da Penitenciária José Edson Cavalieri (PJEC), Juiz de Fora (MG), atuando também no ensino privado, em curso preparatório para vestibular.

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Publiée

2020-09-21