Certos elementos do discurso na literatura oriunda das imigrações e a identidade teatral do contador de histórias de Tahar Ben Jelloun

Auteurs

  • Luciana Persice Nogueira Doutora e Mestre em Língua e literaturas de Língua Francesa

Mots-clés:

francofonia, Tahar Bem Jelloun, desterritorialização, tragédia, contador de histórias.

Résumé

A literatura francófona magrebina, oriunda dos processos de imigração, tem por temas principais o hibridismo cultural e da exclusão socioeconômica e cultural. O caráter desterritorializado dessa literatura confere-lhe "étrangeté" e "terror" - conceitos relativos à tragédia do exí1io, da distância e da solidão. No trabalho de Tahar Ben Jelloun, sobretudo nos três romances em que o narrador é um contador de histórias, este personagem torna-se uma voz privilegiada na expressão da étrangeté e do terror. Seu discurso, sua retórica e sua teatralidade expressam uma identidade lábil, fragmentária, ora imaginária, ora projetada, como a do magrebino exilado que vive entre dois mundos, duas línguas e várias culturas (árabe, berbere, judia ... ). A narração do contador é polifônica, dialógica e intervocal. Sua excepcionalidade social é expressa, nos textos, através de uma excepcionalidade física ou mental: cego, maneta ou louco, ele conhece uma realidade invertida, mágica. Em sua inversão, de possuidor da história, passa a possuído por ela. Torna-se, então, um exorcista, que precisa se libertar do livro. Livro que é identidade, salvação ou veneno - pharmakon, portanto. Identidade ambígua, como a do magrebino exilado.

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Publiée

2020-11-02