Chamada de Artigos | Comparatismo Sul-Sul: problemas e perspectivas – Revista Gragoatá v. 30, n. 67, 2025

2024-06-19

Editores

Dr. José Luís Jobim (Universidade Federal Fluminense, Brasil)

Dr. Wail S. Hassan (University of Illinois at Urbana-Champaign, Estados Unidos)

Pelo menos desde o século XIX, desenvolveu-se uma vertente de comparatismo que se declarava internacionalista, mas que era na verdade colonialista ou neocolonialista. Sua prática começou com a própria seleção de obras e autores considerados comparáveis: não só eram europeus, mas também representavam predominantemente apenas um pequeno número de Estados-nação europeus (França, Grã-Bretanha e Alemanha, e até certo ponto Espanha e Itália). A expansão da disciplina desde a década de 1980 para incluir literaturas da América Latina, África, Médio Oriente e Sul e Leste Asiático, para não mencionar as tradições europeias e norte-americanas anteriormente marginalizadas, raramente desafiou a centralidade da Europa. Neste sentido, os estudos pós-coloniais são exemplares na consolidação de práticas literárias e críticas de valorização/desvalorização, inclusão/exclusão, que preservaram a Europa como ponto de referência e principal interlocutor das literaturas do que era conhecido como Terceiro Mundo, e hoje como o Sul Global.

Esta edição especial da Gragoatá centra-se no novo paradigma emergente da comparação Sul-Sul. Convidamos submissões que abordem as seguintes questões: Que concepções de comparação podem ser elaboradas se conectarmos literaturas do Sul Global? Como pode a comparação Sul-Sul contribuir para repensar o âmbito e os limites da pós-colonialidade? Que tipo(s) de semelhança ou interconexão podem ser interpretados como base para comparação entre as literaturas do Sul Global? Que tipos de hegemonia e resistência se tornam visíveis quando se considera o Sul Global como uma categoria de Literatura Comparada? Qual é o papel da diáspora e das minorias na constituição de ou no desafio a concepções de nações e nacionalidades no Sul Global? Como estas diásporas são apagadas e/ou lembradas para definir o que constitui as identidades nacionais? O que está em jogo na interpretação das diferentes tradições literárias e culturais dentro do amplo quadro de referência do Sul Global?

As contribuições podem ser redigidas em português, inglês, espanhol ou francês e devem ser enviadas entre 01 de Agosto de 2024 e 20 de Fevereiro de 2025 (prazo final) e estarão sujeitas a um processo de revisão duplo-cega. A edição deverá ser publicada em maio de 2025.

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