MUDANÇA FICTIVA EM CORPUS DE FALA ESPONTÂNEA DO PB

Autores

  • Luiz Fernando Matos Rocha Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Luciana Andrade Paula Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Márcia do Prado Andrade Universidade Federal de Juiz de Fora

DOI:

https://doi.org/10.22409/gragoata.v21i40.33382

Palavras-chave:

Teoria e Análise Linguística, Língua Portuguesa

Resumo

Este trabalho investiga construções linguísticas de mudança fictiva em corpus de fala espontânea do Português Brasileiro (PB). Instanciam-se em exemplos como O quarto ficou muito maior depois que retiraram os móveis, em que uma mudança expressa pelo predicado ocorre apenas em função da percepção/concepção do conceptualizador. Em outros termos, o quarto não tem suas dimensões concretamente ampliadas, porém o caráter resultativo dessa mudança se dá apenas no plano subjetivo. Alguns autores em Linguística Cognitiva (LC) vêm tratando desse fenômeno, como Sweetser (1996, 1997) e Matsumoto (1996), os quais mostram que a visão de um dado objeto passa a assumir outra dimensão, forma ou estado quando ocorre uma mudança na percepção do conceptualizador. Tais aspectos teóricos lançam as bases da verificação de viabilidade empírica da categoria mudança fictiva em dados reais de fala do PB. Para tanto, a metodologia se alinha à busca de ocorrências de verbos de mudança de estado (e.g. "ficar", "virar", "tornar") na parte informal do corpus C-ORAL-BRASIL (RASO & MELLO, 2012), associada à oitiva dos arquivos em áudio. Com isso, foram elencados padrões de extensão espacial, temporal e corporal, em que a mudança é apenas de caráter subjetivo ou fictivo. Os resultados ainda apontam para o fato de que a construção se relaciona a uma quebra da expectativa default (ou seja, quartos não têm suas dimensões alteradas por conta da retirada de móveis), resultando em algo que só existe conceptualmente (ou seja, ocorre uma construção resultativa, em que o quarto se torna subjetivamente maior).

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Biografia do Autor

Luiz Fernando Matos Rocha, Universidade Federal de Juiz de Fora

Doutor em Linguística (UFRJ, 2004), mestre em Linguística (UFJF, 2000), graduado em Letras (Português e Latim, UFJF, 1998) e bacharel em Comunicação Social (Jornalismo, UFJF, 1991). É docente e pesquisador da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora (FALE/UFJF) e tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Linguística Cognitiva, atuando principalmente nos seguintes temas: cognição, discurso reportado, fictividade e gramática. Cumpriu estágio pós-doutoral (bolsista da CAPES - Processo: BEX 4084/10-1), na Universidade Católica Portuguesa (Braga), no âmbito do Centro de Estudos Filosóficos e Humanísticos (CEFH), no qual atua como membro integrado do projeto de investigação "Sociolinguística Cognitiva e Variação do Português Europeu e Brasileiro", pertencente ao grupo de investigação "Estudos de Linguagem e Comunicação". É também membro do Grupo de Pesquisa Interfaces Linguagem, Cognição e Cultura - INCOGNITO, da UFMG, e do Laboratório de Estudos Avançados de Linguagens (LEAL), da Universidade Católica de Pelotas.

Luciana Andrade Paula, Universidade Federal de Juiz de Fora

Graduanda da Faculdade de Letras da UFJF

Márcia do Prado Andrade, Universidade Federal de Juiz de Fora

Graduanda da Faculdade de Letras da UFJF

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Publicado

2016-07-01

Como Citar

Rocha, L. F. M., Paula, L. A., & Andrade, M. do P. (2016). MUDANÇA FICTIVA EM CORPUS DE FALA ESPONTÂNEA DO PB. Gragoatá, 21(40). https://doi.org/10.22409/gragoata.v21i40.33382

Edição

Seção

Artigos de Linguagem