Editorial

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  • Equipe Editorial da Revista Hoplos PPGEST/ INEST/ UFF

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Resumo

É com grande satisfação que a Equipe Editorial da Hoplos, Revista de Estudos Estratégicos e Relações Internacionais, publica sua décima quinta edição, relativa ao segundo semestre de 2024. No transcorrer da preparação desta edição, no cenário internacional, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia prometeu ganhar novos contornos após as eleições dos EUA, marcadas pelo retorno de Donald Trump ao poder, sob a premissa de que contribuirá, decisivamente, para o encerramento do confronto. No Oriente Médio, o conflito entre Israel e Hamas avança para um breve cessar-fogo intermediado por líderes do ocidente.

Na América do Sul, o Brasil manteve o seu quadro político polarizado, com os municípios passando por campanhas e votações para prefeitos e vereadores. No Uruguai, o pleito presidencial contou com a eleição do representante da esquerda, Yamandú Orsi, apadrinhado por Pepe Mujica. Nesse ínterim, o presidente Lula foi um dos primeiros líderes regionais que o cumprimentaram pela vitória. Por outro lado, um tensionamento diplomático envolvendo o Brasil foi gerado ao norte do subcontinente, dado o veto aplicado pelo governo brasileiro para a possibilidade de ingresso da Venezuela nos BRICS.

Ademais, o Rio de Janeiro sediou a Cúpula de Líderes do G20 com a presença de chefes de Estado das principais economias mundiais. Destaca-se que poucos dias antes, um ato terrorista ocorreu na Praça dos Três Poderes em Brasília, com explosões que provocaram a morte do autor do atentado no local, por prováveis motivações políticas que seguem sob investigação. Próximo ao fechamento desta edição, a divulgação de um inquérito da Polícia Federal, deflagrado após os fatídicos eventos de 8 de janeiro de 2023, aponta que muito possivelmente a manutenção da democracia brasileira esteve ameaçada na última transição presidencial.

Outrossim, nesta edição há seis artigos originais no escopo dos Estudos Estratégicos e das RI, com temas que alcançam desde a economia política internacional até a defesa e a segurança. Em apertado resumo, o primeiro, de Vinicius Barboza, “Os padrões do Investimento Externo Direto chinês: uma parceria entre Estado e Mercado”, examina o perfil de desenvolvimento da China, com um histórico do recebimento do Investimento Externo pós era Mao (1976), demonstrando os padrões gerais de atuação e perfis das suas empresas estatais e privadas.

O segundo artigo, de Gustavo Monteiro Muniz Costa, “A evolução da OTAN de uma aliança defensiva para um instrumento militar com objetivos geopolíticos: sua atuação nos Bálcãs entre 1992 e 1999”, investiga a presença da OTAN nos Bálcãs, nos anos 1990, a partir da análise de documentos oficiais da ONU, da OTAN e do TPI para a ex-Iugoslávia. Costa assinala que as atividades da OTAN asseguraram apoio às forças militares dos EUA e da Alemanha, sem executar ações contra os seus aliados, favorecendo os objetivos geopolíticos dos seus principais integrantes. O terceiro, de Jerônimo de Rossi Molina, “A Democracia radical e plural como método de análise em Geopolítica Crítica”, aborda o surgimento da geopolítica crítica como uma vertente que analisa os discursos e as influências das democracias radicais nas articulações de poder das potências ocidentais, com olhar sobre outras democracias, propondo o estabelecimento de um método conciso que revela uma perspectiva para análise do tema.

Em prosseguimento, o artigo de Pablo Ibañez et al., “Avanço do crime organizado na Amazônia e efeitos para a Política de Defesa Nacional”, desenvolve o papel da Amazônia no contexto do narcotráfico que transcorre no Norte da América do Sul, onde o circuito logístico de distribuição de drogas desafia a Defesa Nacional nesta extensa faixa fronteiriça, especialmente diante da expansão da atuação do PCC na região. O quinto, de Matheus Pedro de Carvalho, intitulado “O uso do Swift como ferramenta de sanções: como a desdolarização oferece novos caminhos para Países sancionados”, revela que os EUA empregam o Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication (SWIFT - transações financeiras globais integradas) como artifício estratégico de poder, gerando sanções para determinados países que, como a Rússia e a China, buscam soluções para reduzir a dependência do dólar.

Finalmente, o artigo de Anderson Duarte Barboza, “‘Guerra às Drogas’ é Guerra? Uma genealogia da belicização da Segurança Pública no Brasil”, discute o que chama de belicização da segurança pública a partir da utilização do conceito de guerra, bem como da sua doutrina diante do combate ao narcotráfico no Brasil. Assim, gostaríamos de enfatizar os cumprimentos à Equipe Editorial pelo empenho na elaboração das duas edições de 2024, bem como os agradecimentos a todos os pesquisadores que publicaram na Hoplos, o que evidencia a intenção do corpo discente de contribuir para o desenvolvimento de um pensamento estratégico nacional próprio.

Ótima leitura!

O Comitê Editorial.

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Publicado

2024-12-18

Como Citar

Equipe Editorial da Revista Hoplos. (2024). Editorial. Hoplos - Revista De Estudos Estratégicos E Relações Internacionais, 8(15), 5-6. Recuperado de https://periodicos.uff.br/hoplos/article/view/65526

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