O limiar da piscina: uma análise do filme "Que horas ela volta?" em diálogo com o imaginário sobre a desigualdade social brasileira

Autores

  • Anaurelino Negri Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul https://orcid.org/0000-0001-8300-8152
  • Roberto Tietzmann Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.22409/rmc.v16i3.53398

Palavras-chave:

Que horas ela volta?, Desigualdade social, Imagem dialética

Resumo

Neste trabalho realizamos uma análise do filme Que horas ela volta? (MUYLAERT, 2015) com ênfase na figura da piscina e em sua simbologia na narrativa da obra, por meio do referencial teórico de autores vinculados ao estudo da imagem e da arte. Tomamos como ponto de partida a compreensão do cinema como um registro documental de seu tempo, que nos permite refletir sobre o mundo que retrata em uma perspectiva histórica. A partir desse paradigma inicial conduzido pela teoria de Kracauer (1960) e por reflexões pregressas de Schopenhauer (2014), traçamos paralelos entre a figura da piscina presente no filme e o conceito de imagem dialética — derivado da leitura de Didi-Huberman (1998) — diante da trama de relações entre as personagens e o seu contexto político e social no imaginário brasileiro.

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Biografia do Autor

Anaurelino Negri, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Doutorando em Comunicação Social no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PPGCom/PUCRS). Mestre em Comunicação Social pelo PPGCom/PUCRS. Tecnólogo em Produção Audiovisual (Famecos/PUCRS) e  bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais (UFRGS). 

Roberto Tietzmann, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Docente e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Famecos/PUCRS. Doutor em Comunicação Social pelo PPGCom/PUCRS.

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Publicado

2022-09-21

Como Citar

Negri, A., & Tietzmann, R. (2022). O limiar da piscina: uma análise do filme "Que horas ela volta?" em diálogo com o imaginário sobre a desigualdade social brasileira. Mídia E Cotidiano, 16(3), 199-215. https://doi.org/10.22409/rmc.v16i3.53398