Comunicação quilombola, resistência e proximidade na redução das desconexões no enfrentamento à pandemia
DOI:
https://doi.org/10.22409/rmc.v16i3.54383Palavras-chave:
Resistência, Comunicação, Comunidades quilombolas, Covid-19Resumo
Este artigo discute a articulação entre comunicação, resistência e luta pela sobrevivência das comunidades quilombolas na pandemia da Covid-19. Traz a análise de conteúdo das publicações no Instagram e das entrevistas com integrantes da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e da Federação das Comunidades Quilombolas do Estado de Minas Gerais (N’Golo). Os resultados apontam várias desconexões (digital, estradas, eletricidade) que dificultam a comunicação. Neste cenário, o WhatsApp aparece como elo entre organizações e comunidades. Destacam-se as estratégias de aproximação e a identificação da figura dos mediadores (donos dos celulares) no repasse das informações à população nos territórios quilombolas.
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