A parresía jornalística e Djamila Ribeiro: levantando-se contra o racismo bolsonarista nas páginas do jornal Folha de S.Paulo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/rmc.v17i3.56824

Palavras-chave:

Parressía, racismo, negritude, discurso, jornalismo opinativo

Resumo

A filósofa Djamila Ribeiro, colunista da Folha de S.Paulo, sofreu diversas situações de racismo ao longo da vida. Diante da sequência de declarações racistas pronunciadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro ao longo da sua trajetória na política brasileira, a filósofa fez uso da sua parresía para denunciar uma resolução publicada pelo governo para remover quilombolas do município de Alcântara, ignorando a história e a identidade cultural dos descendentes de escravos brasileiros. Contextualizando historicamente o caso e o racismo presidencial, a colunista faz uso do que chamamos de parresía jornalística, apresentando as cinco características necessárias para tal: fala franca, coerência entre discurso e forma de vida, uso da fala franca no espaço público, assumindo riscos para fazer uso dessa fala franca em um ato de coragem.

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Biografia do Autor

Eduardo Ritter, Universidade Federal de Santa Maria

Doutor em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Professor Adjunto do curso de Jornalismo do Centro de Letras e Comunicação (CLC) da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). E-mail: rittergaucho@gmail.com – ORCID: 0009-0004-0135-561X

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Publicado

2023-09-28

Como Citar

Ritter, E. (2023). A parresía jornalística e Djamila Ribeiro: levantando-se contra o racismo bolsonarista nas páginas do jornal Folha de S.Paulo. Mídia E Cotidiano, 17(3), 252-274. https://doi.org/10.22409/rmc.v17i3.56824