A parresía jornalística e Djamila Ribeiro: levantando-se contra o racismo bolsonarista nas páginas do jornal Folha de S.Paulo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/rmc.v17i3.56824

Palavras-chave:

Parressía, racismo, negritude, discurso, jornalismo opinativo

Resumo

A filósofa Djamila Ribeiro, colunista da Folha de S.Paulo, sofreu diversas situações de racismo ao longo da vida. Diante da sequência de declarações racistas pronunciadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro ao longo da sua trajetória na política brasileira, a filósofa fez uso da sua parresía para denunciar uma resolução publicada pelo governo para remover quilombolas do município de Alcântara, ignorando a história e a identidade cultural dos descendentes de escravos brasileiros. Contextualizando historicamente o caso e o racismo presidencial, a colunista faz uso do que chamamos de parresía jornalística, apresentando as cinco características necessárias para tal: fala franca, coerência entre discurso e forma de vida, uso da fala franca no espaço público, assumindo riscos para fazer uso dessa fala franca em um ato de coragem.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia Autor

Eduardo Ritter, Universidade Federal de Santa Maria

Doutor em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Professor Adjunto do curso de Jornalismo do Centro de Letras e Comunicação (CLC) da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). E-mail: rittergaucho@gmail.com – ORCID: 0009-0004-0135-561X

Referências

ADICHIE, C. N. Americanah. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

CHAVES, L. S. Usos da internet nos movimentos sociais negros em rede na luta pela igualdade racial no Brasil: estudo de caso da Agência Afropress. Tese (Doutorado em Comunicação) – Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação, Universidade do Vale dos Sinos, São Leopoldo, 2014.

FEYERABEND, P. Contra o método. Rio de Janeiro: Editora Unesp, 2003.

FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.

FOUCAULT, M. A hermenêutica do sujeito. São Paulo: Martins Fontes, 2010a.

FOUCAULT, M. O governo de si e dos outros. São Paulo: Martins Fontes, 2010b.

FOUCAULT, M. A coragem da verdade. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

GALEANO, E. As veias abertas da América Latina. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.

GONÇALVES, A. M. Um defeito de cor. Rio de Janeiro: Record, 2017.

HABERLI, L. “Sabíamos que se publicássemos qualquer coisa forjada, nossas carreiras poderiam acabar”. São Paulo: Revista Imprensa, Mar/Abr de 2022.

HALL, S. Da diáspora – identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.

JESUS, C. M. Quarto de despejo. São Paulo: Ática, 2001.

JUSTA CAUSA. Justa Causa entrevista Ana Maria Gonçalves (Um defeito de cor). São Paulo, 3 mai. 2019. Youtube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9qa06rF7Ulg. Acesso em: 19 abr. 2022.

LEÃO, S. I.; FÉRIA, L. Batalhas históricas. Revista Imprensa, São Paulo, Mar/Abr de 2020.

MACHADO DA SILVA, J. O que pesquisar quer dizer – como fazer textos acadêmicos sem medo da ABNT e da Capes. Porto Alegre: Sulina, 2011.

MACHADO DA SILVA, J. Raízes do conservadorismo brasileiro: a abolição na imprensa e no imaginário social. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.

MAGALHÃES, M. Sobre lutas e lágrimas – Uma biografia de 2018. Rio de Janeiro: Record, 2019.

Menino 23. Direção: Belisário Franca. Produção: Cláudia Lima. Roteiro: Bianca Lenti; Belisário Franca. Rio de Janeiro: Globo Filmes, 2016. 1DVD (79 min).

MORAES, F. A pauta é uma arma de combate: Subjetividade, prática reflexiva e posicionamento para superar um jornalismo que desumaniza. Porto Alegre: Arquipélago Editorial, 2022

MUNANGA, K. Negritude e identidade negra ou afrodescendente: um racismo ao avesso?. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), [S. l.], v. 4, n. 8, p. 06–14, 2012. Disponível em: https://abpnrevista.org.br/site/article/view/246. Acesso em: 4 jul. 2023.

NASCIMENTO, A. O genocídio do negro brasileiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.

PULITZER, J. A escola de jornalismo – A opinição pública. Florianópolis: Insular, 2009.

RAMOS, L. Na minha pele. Rio de Janeiro: Objetiva, 2017.

RIBEIRO, D. Quem tem medo do feminismo negro? São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

RIBEIRO, D. Lugar de fala. São Paulo: Sueli Carneiro, 2019a.

RIBEIRO, D. Pequeno manual antirracista. São Paulo: Companhia das Letras, 2019b.

RIBEIRO, D. Em defesa dos quilombolas de Alcântara. Folha de S.Paulo, São Paulo, 3 abr. 2020. Ilustrada, p. 16. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/djamila-ribeiro/2020/04/governo-bolsonaro-vai-remover-comunidades-quilombolas-no-maranhao.shtml. Acesso em: 3 abr. 2022.

RITTER, E. Jornalismo gonzo: medo, delírio, mentiras sinceras e outras verdades. Florianópolis: Insular, 2018.

SANTOS, L. C. Luiz Gama. São Paulo: Selo Negro, 2010.

SILVEIRA, O. Vinte de Novembro: história e conteúdo. In: SILVA, P. B. G.; SILVERIO, V. R. (Orgs.). Educação e Ações Afirmativas: entre a injustiça simbólica e a injustiça econômica. Brasília-DF: MEC/Inep, 2003. p. 21-42.

##submission.downloads##

Publicado

2023-09-28

Como Citar

Ritter, E. (2023). A parresía jornalística e Djamila Ribeiro: levantando-se contra o racismo bolsonarista nas páginas do jornal Folha de S.Paulo. Mídia E Cotidiano, 17(3), 252-274. https://doi.org/10.22409/rmc.v17i3.56824