O ato teórico no filme Entre nós talvez estejam multidões: conceito, proposição, programa, série

Autores

  • Bruno Leites Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Lennon Macedo Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.22409/rmc.v18i2.60010

Palavras-chave:

Cinema, Imagem, Multidão, Política, Teoria de cineastas

Resumo

Este texto propõe uma análise do filme Entre nós talvez estejam multidões (2020), pela via da Teoria de Cineastas. Após apresentar premissas da abordagem, o artigo considera quatro estratégias de produção de pensamento no filme, quais sejam: a) a introdução do conceito de multidão no título e seu diálogo com as imagens; b) a enunciação de uma proposição no título; c) a existência de um programa que estrutura o filme (os Blocos Autônomos Estruturantes); d) a produção de uma série com o filme Videomemória (2020). Cada estratégia de produção de pensamento observada é definida em uma triangulação que envolve ditos dos cineastas, imagens e sons do filme, e conceitos advindos da teoria do cinema e da arte.

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Biografia do Autor

Bruno Leites, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professor e Pesquisador do Departamento de Comunicação Social e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Lennon Macedo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutorando no Programa de Pós-Graduação de Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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Publicado

2024-05-29

Como Citar

Leites, B., & Pereira Macedo, L. (2024). O ato teórico no filme Entre nós talvez estejam multidões: conceito, proposição, programa, série. Mídia E Cotidiano, 18(2), 214-235. https://doi.org/10.22409/rmc.v18i2.60010