Youtubers mirins e os vídeos unboxing: uma reflexão sobre a criança conectada nas tramas da publicidade contemporânea

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.22409/rmc.v14i1.38458

Mots-clés :

Comunicação e consumo, Publicidade Infantil, Unboxing, YouTube, Youtuber Mirim.

Résumé

Este artigo tem como objetivo problematizar um tipo específico de produção midiática que tem despertado crescente atenção e angariado um conjunto significativo de novos adeptos nos últimos anos: os chamados vídeos unboxing protagonizados por youtubers mirins. No Brasil atual há regulamentações que, a princípio, normatizam a prática publicitária destinada ao público infantil. Nosso trabalho argumenta que os vídeos unboxing protagonizados por personalidades mirins nos canais online constituem um ambiente de forte associação entre a publicidade e as lógicas do entretenimento, uma espécie de brecha utilizada para interpelar as crianças como consumidoras. À revelia das regulamentações vigentes, diversão e promoção de produtos se tornam indissociáveis e interdependentes nessa inquietante nova maneira de brincar da criança conectada às redes sociais online.

Téléchargements

Les données sur le téléchargement ne sont pas encore disponible.

Bibliographies de l'auteur-e

Marcelo de Andrade, ESPM, São Paulo

Mestre em Comunicação e Práticas de Consumo pelo PPGCOM da Escola Superior de Propaganda e Marketing - ESPM/SP. Bolsista PROSUP/CAPES. Bacharel em Comunicação Social com ênfase em Publicidade e Propaganda pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP). Pesquisador integrante do GRUSCCO - Grupo CNPq de Subjetividade, Comunicação e Consumo liderado pela Profa. Dra. Gisela G. S. Castro. Professor Universitário com experiência na área de Comunicação, Design e Publicidade com ênfase em Comunicação Digital. 

Gisela G. S. Castro, ESPM, São Paulo

Doutora em Comunicação e Cultura (UFRJ), com pós doutorado em Sociologia (Goldsmiths College, University of London). Docente do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Práticas de Consumo da ESPM, São Paulo, onde coordena o GRUSCCO - Grupo CNPq de Pesquisa em Subjetividade, Comunicação e Consumo, além do GT Comunicação, Consumo e Subjetividade no COMUNICON - Congresso Internacional em Comunicação e Consumo, uma iniciativa bienal do PPGCOM ESPM. Coordena o Comitê ESPM de Direitos Humanos e o ESPM LongevLab (Laboratório de Estudos em Longevidade). Seus interesses de pesquisa incluem comunicação e consumo, produção de subjetividades; modos de sociabilidade; envelhecimento; longevidade; redes sociais digitais e o capitalismo de dados.

Références

ANDRADE, M. Comunicação, consumo e diversão nos vídeos unboxing: a publicidade e a criança conectada. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Práticas de Consumo). Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), São Paulo, 2019.

BERGAMO, M. Ministério Público pede que o Google retire do ar vídeos de youtubers mirins. Folha de S. Paulo, edição 02/jan/2019.

BOYD, D.; ELLISON, N. Social network sites: definition, history, and scholarship. Journal of Computer-Mediated Communication. v. 1, n. 13, 2007, p. 210-230.

BRUNO, F. Máquinas de ver, modos de ser: vigilância, tecnologia e subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2013.

CARRASCOZA, J. A. Estratégias criativas da publicidade: consumo e narrativa publicitária. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2014

CASTRO, G. G. S. Lindas para sempre, jovens de coração: imagens do envelhecimento na publicidade natalina. In: ___________. Os velhos na propaganda: atualizando o debate. São Paulo: Pimenta Cultural, 2018, p. 73 – 101.

______. Entretenimento, sociabilidade e consumo nas redes sociais: cativando o consumidor fã. Fronteiras: estudos midiáticos. vol. 14, nº 2, maio/agosto 2012, p. 133 – 140.

CGI.BR. Pesquisa sobre o uso das tecnologias da informação e comunicação nos domicílios brasileiros: TIC Domicílios 2018. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2019a.

______. Pesquisa sobre o uso das tecnologias da informação e comunicação nos domicílios brasileiros: TIC Domicílios 2017. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2018.

______. Pesquisa sobre o uso das tecnologias da informação e comunicação nos domicílios brasileiros: TIC Domicílios 2016. São Paulo: Comit Gestor da Internet no Brasil, 2017.

______. Pesquisa sobre o uso de internet por crianças e adolescentes: TIC Kids Online 2018. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2019b.

CORRÊA, L. Geração youtube: Um mapeamento sobre o consumo e a produção de vídeos por crianças. ESPM: São Paulo, 2016.

______. Geração youtube: Um mapeamento sobre o consumo e a produção de vídeos por crianças. ESPM: São Paulo, 2015.

CRAVEIRO, P. S. U.; BRAGAGLIA, A. P. Regulação da publicidade infantil no Brasil: a publicidade após a resolução 163 do Conanda. In: ALCÂNTARA, A.; GUEDES B. (Orgs.). Comunicação e infância: processos em perspectiva. São Paulo: Pimenta Cultural, 2017, p. 62-94.

FEATHERSTONE, M. Cultura de consumo e pós-modernismo. São Paulo: Studio Nobel, 1995.

FELDMAN, D. LOL Surprise is the top doll with over 2.5m sold in five months. Forbes, n. 19, abr. 2017.

FONTENELLE, I. Cultura do consumo: fundamentos e formas contemporâneas. Rio de Janeiro: FGV, 2017.

FREIRE FILHO, J. Mídia, consumo cultural e estilo de vida na pós-modernidade. ECO-PÓS, vol. 6, n.1, p. 72-97, jan/jul, 2003.

KARAGEORGIADIS. E. O sistema brasileiro. In: HENRIQUES, I.; VIVARTA, V. Autorregulação da publicidade infantil no Brasil e no mundo. São Paulo: Ed. Vebatim: Instituto Alana, 2017.

LEÃO, D.; PRESSLER, N. Youtuber mirim e o consumo infantil. In: 40º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Anais..., Curitiba, 2017.

OROFINO, M. I. O ponto de vista da criança no debate sobre comunicação e consumo. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niñez y Juventud, vol. 13, n. 1, p. 369 – 381, 2015.

PERES, C.; TRINDADE, E. Consumo midiático: youtubers e suas milhões de visualizações. Como explicar? In: 26º Congresso Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação, Anais..., São Paulo, 2017.

SILVERSTONE, R. Por que estudar a mídia? São Paulo: Loyola, 2002

SINGER N.; CONGER, K. Google is fined $170 million for violating children’s privacy on YouTube. The New York Times, edição 04/09/2019. Disponível em: https://www.nytimes.com/2019/09/04/technology/google-youtube-fine-ftc.html. Acesso em: out/2019.

SLATER, D. Cultura do consumo & modernidade. São Paulo: Nobel, 2002.

TOMAZ, R. Uma janela para as crianças: a construção social do YouTube como lugar de produção de subjetividades infantis. In: 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Anais..., Joinville, 2018.

______. O que você vai ser antes de crescer? – Youtubers, Infância e Celebridade. Tese (Doutorado em Comunicação e Cultura). Escola de Comunicação/Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2017.

Téléchargements

Publié-e

2020-02-19

Comment citer

Andrade, M. de, & Castro, G. G. S. (2020). Youtubers mirins e os vídeos unboxing: uma reflexão sobre a criança conectada nas tramas da publicidade contemporânea. Mídia E Cotidiano, 14(1), 96-116. https://doi.org/10.22409/rmc.v14i1.38458

Numéro

Vol. 14 No. 1 (2020): Mídia e infância: perspectivas comunicacionais para a vida cotidiana das crianças

Rubrique

Artigos Seção Temática

Licence

Aviso de Direito Autoral Creative Commons


1. Política para Periódicos de Acesso Livre

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
    1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
    2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
    3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).