Crítica do silêncio temático em Grande sertão: veredas  uma leitura de Diadorim

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/rmc.v14i2.41441

Palavras-chave:

Jornalismo, Literatura, Diadorim. Gênero, Guimarães Rosa.

Resumo

Este artigo tem como objetivo discutir a ausência dos temas de gênero e da abjeção em Grande sertão: veredas (1956), de João Guimarães Rosa (1908-1967), por parte da crítica jornalística brasileira, com destaque especial à figura de Diadorim. Essa discussão ratifica a perspectiva de Silviano Santiago (2017) ao afirmar que o Grande sertão foi domesticado pelo pensamento conservador tanto acadêmico quanto jornalístico. Com uma metodologia de pesquisa bibliográfica e de arquivo de jornais, o artigo conclui que o não enfrentamento destas questões produz empobrecimento crítico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gustavo Castro, Universidade de Brasília

Gustavo de Castro é jornalista e professor de Estética na Universidade de Brasília (UnB). Organizador de Jornalismo e Literatura - A Sedução da Palavra (Escrituras, 2002), autor de O Enigma Orides (Hedra, 2015) e de Jornalismo Literário - Uma Introdução (Casa das Musas, 2010). E-mail: gustavocastroesilva@gmail.com

Leandro Bessa, Universidade de Brasília (UnB) Universidade Católica de Brasília (UCB)

Mestre em Comunicação e Sociedade pela Universidade de Brasília (UnB), especialista em Processos e Produtos Criativos (UFG), e Filosofia da Arte (IFITEG/UEG). Professor dos cursos de comunicação - Jornalismo e Publicidade e Propaganda, e do Mestrado Profissional Inovação em Comunicação e Economia Criativa da Universidade Católica de Brasília (UCB). E-mail. lbessa.arte@gmail.com.

Referências

BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983.

BROCK, Ashley. The Queer Temporality of Grande Sertão: veredas. In: Chasqui - Revista de literatura latino-americana. N. 47.2, novembro de 2018. p. 190-203.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Phasmes: Essais sur l'Apparition, 1. Paris: Éditions de Minuit, 1998.

FANON, Franz. Os condenados da terra. Juiz de Fora: Ed. UFJF, 2018.

FLÁVIO, Lúcio. Grande Sertão: Veredas ganha reedição de luxo pela Cia das Letras. In: Metrópoles. 25 fev. 2019. Disponível em: https://www.metropoles.com/entretenimento/literatura/grande-sertao-veredas-ganha-reedicao-de-luxo-pela-cia-das-letras. Acesso em: 06 abr. 2020

FREUD, Sigmund. O infamiliar [Das unheimliche]. Tradução de Ernani Chaves e Pedro Heliodoro Tavares. São Paulo: Autêntica, 2019.

GALVÃO, Walnice Nogueira. As formas do falso: um estudo sobre a ambiguidades no Grande Sertão: Veredas. São Paulo: Perspectiva, 1986.

______. Walnice Nogueira. A donzela-guerreira: um estudo de gênero. São Paulo: SENAC, 1998.

HALBERSTAM, Judith. In a Queer Time and Place: Transgender Bodies, Subcultural Lives. New York: New York UP, 2005.

HALBERSTAM, Jack. Masculinidad Femenina, Barcelona: Egales, 2008.

HATOUM, Milton. Nova edição de ‘Grande Sertão: Veredas’ deve atrair e formar novos leitores. In: O estado de São Paulo. 19 fev. 2019. Disponível em: https://cultura.estadao.com.br/noticias/literatura,nova-edicao-de-grande-sertao-veredas-deve-atrair-e-formar-novos-leitores,70002726637. Acesso em: 06 abr. 2020.

JACKSON, L.; FILHO, F.P.; SORÁ, Gustavo: Entrevista com Davi Arrigucci. In: Tempo Social, revista de sociologia da USP, v. 23, n. 2, 2011, pp. 163-188.

KRISTEVA, Julia. Pouvoirs de l’horreur. Essai sur l‟abjection. Paris: Éditions du Seuil, 1980.

MAIA, Helder Thiago. Transgressões Canônicas: Queerizando a Donzela-Guerreira. In: Cadernos de literatura comparada. Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa N. 39 – 12/2018, pp. 91-108.

MONEGAL, Emir Rodríguez. Em busca de Guimarães Rosa. In COUTINHO, Eduardo F. Guimarães Rosa. Rio de Janeiro/Brasília, INL, 1983 (Col. Fortuna Crítica, 6). p. 47-61.

MONTELLO, Josué. Diário Completo, Volume II. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar S/A, 1998.

MORAES, Vanessa Danielle de. Passagens abjetas. Florianópolis: Editora Papa-Livros, 2011.

OLIVEIRA, Franklin. Coluna “Sete Dias”. Revista O Cruzeiro. 15.07.1956

ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.

SANTIAGO, Silviano. Genealogia da Ferocidade: Ensaio sobre Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Recife: Cepe, 2017.

________, Silviano. Vale quanto pesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982

SILVA, Antônio de Pádua Dias. Desejo homoerótico em Grande sertão: veredas. In: Revista Anpoll, v. 24. UEPB, 2008.

SLOTERDIJK, Peter. Crítica da razão cínica. Trad. Marco Casanova, Paulo Soethe, et alli. São Paulo: Estação Liberdade, 2012.

SUSSEKIND, Flora. Rodapés, tratados e ensaios: a formação da crítica brasileira moderna. In: Papéis colados. Rio de Janeiro: UFRJ, 1993.

TIBURI, Marcia. Diadorim: Biopolítica e gênero na metafísica do Sertão. In: Estudos Feministas: Florianópolis, 21(1): 424, janeiro-abril/2013, P. 191-207.

WERNECK, G.; GUZANSHE, A.; BOTTREL, F. Especial travessia. In: Correio de Minas, Disponível em: <http://especiais.em.com.br/travessia> Acesso em: 11 abr. 2020.

ZILLY, Berthold. Sertão de Guimarães Rosa pode ser visto como laboratório da condição humana. In: Folha de São Paulo, Seção Ilustrada. 10 fev. 2019. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2019/02/sertao-de-guimaraes-rosa-pode-ser-visto-como-laboratorio-da-condicao-humana.shtml. Acesso em: 06 abr. 2020.

Downloads

Publicado

2020-05-28

Como Citar

Castro, G., & Bessa, L. (2020). Crítica do silêncio temático em Grande sertão: veredas  uma leitura de Diadorim. Mídia E Cotidiano, 14(2), 109-128. https://doi.org/10.22409/rmc.v14i2.41441