O sexo e o amor sob a ótica de receptoras de telenovelas do horário nobre

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/rmc.v15i1.42837

Palavras-chave:

Gênero, Recepção, Telenovela.

Resumo

O objetivo deste estudo de recepção é compreender os modos de interpretação das relações de gênero por 24 mulheres da classe dominante de diferentes gerações a partir de telenovelas do horário nobre, no contexto brasileiro. As questões do estudo foram formuladas a partir dos relacionamentos amorosos e sexuais, presentes tanto no conteúdo veiculado quanto nas apropriações das informantes. Com aporte da Teoria das Mediações de Martín-Barbero, analisamos as leituras da telenovela pela audiência feminina a partir de suas experiências (sociabilidade). Os resultados obtidos indicam que a maioria das entrevistadas contesta os papéis tradicionais de gênero, mas têm dificuldade de admitir os comportamentos modernos para si, pois não conseguem realizá-los.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Sandra Depexe, Universidade Federal de Santa Maria

Docente do Departamento de Ciências da Comunicação e docente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria. Mestre e doutora em Comunicação pela Universidade Federal de Santa Maria. Pesquisadora do grupo Obitel Brasil/UFSM (Observatório Ibero-Americano de Ficção Televisiva).

Laura Roratto Foletto, Universidade Federal de Santa Maria

Doutoranda em Comunicação do programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria. Bolsista CAPES/DS.

Glaíse Bohrer Palma, Universidade Franciscana

Docente dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Universidade Franciscana. Doutora em Comunicação pela Universidade Federal de Santa Maria.

Tissiana Nogueira Pereira, Universidade de São Paulo.

Doutora em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Pesquisadora do Centro de Estudos de Telenovela (CETVN- ECA/USP) e membro do Observatório Ibero-Americano de Ficção Televisiva (Obitel).

Filipe Bordinhão dos Santos, Universidade Positivo.

Docente dos Cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Universidade Positivo. Doutor em Comunicação pela Universidade Federal de Santa Maria.

Referências

ALMEIDA, H. B. Telenovela, consumo e gênero: “muito mais coisas”. Bauru, SP: EDUSC, 2003.

BENTO, B. O que é transexualidade. São Paulo: Brasiliense, 2008.

BORELLI, S. H. S.; et al.. Narrativas da juventude e do feminino. In: LOPES, M. I. V. de (org.). Ficção televisiva no Brasil: temas e perspectivas. São Paulo: Globo, 2009, p.65-109.

BOURDIEU, P. A distinção: crítica social do julgamento. Porto Alegre, RS: Zouk, 2011.

BRAGA, J. L. Circuitos versus campos sociais. In: JANOTTI JUNIOR, J.; MATTOS, M. Â.; JACKS, N. (org.). Mediação e midiatização. Salvador: EDUFBA, 2012, p.31-52.

DEL PRIORE, M. História do amor no Brasil. São Paulo: Contexto, 2006.

DUARTE, J. Entrevista em profundidade. In: DUARTE, J.; BARROS, A. (orgs.) Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação. São Paulo: Atlas, 2006, p.62-83.

GIDDENS, A. A transformação da intimidade: sexualidade, amor e erotismo nas sociedades modernas. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1993.

HAMBURGER, E. O Brasil antenado: a sociedade da telenovela. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

QUADROS, W.; ANTUNES, D. Classes sociais e distribuição de renda no Brasil dos anos noventa. Cadernos do CESIT. Campinas. n.30, out. 2001.

JUNQUEIRA, L. Desigualdades sociais e telenovela: relações ocultas entre ficção e reconhecimento. São Paulo: Annablume, 2009.

LIPOVETSKY, G. A terceira mulher: permanência e revolução do feminino. Lisboa: Instituto Piaget, 1997.

LOPES, M. I. V de. Telenovela como recurso comunicativo. Matrizes. Ano 3, n.1. Ago./Dez. 2009, p.21-47.

LOPES, M. I. V., BORELLI, S. H. S., RESENDE, V. R. Vivendo com a telenovela: Mediações, recepção, teleficcionalidade. São Paulo, SP: Summus Editorial, 2002.

MARTÍN-BARBERO, J. De los medios a las mediaciones. Barcelona: Gustavo Gili, 1987.

MARTÍN-BARBERO, J. Uma aventura epistemológica. Matrizes, v. 2, n. 2, p. 143–162, 2009.

MARTÍN-BARBERO, J.; REY, G. Os exercícios do ver: hegemonia audiovisual e ficção televisiva. São Paulo: Ed. Senac, 2004.

OLIVEIRA, J. Reprise de ‘Fina Estampa’ mostra um Brasil que não se espanta com machismo de seus personagens. 13 abr. 2020. El País. Disponível em: https://brasil.elpais.com/cultura/2020-04-13/reprise-de-fina-estampa-mostra-um-brasil-que-nao-se-espanta-com-machismo-de-seus-personagens.html. Acesso: 5 maio 2020.

PATEMAN, C. O contrato sexual. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.

RONSINI, V. M. A perspectiva das mediações de Jesús Martín-Barbero (ou como sujar as mãos na cozinha da pesquisa empírica de recepção). In: GOMES, I.; JANOTTI JUNIOR, J. (orgs.). Comunicação e Estudos Culturais. Salvador: EDUFBA, 2011, p.75-97.

RONSINI, V. M. A crença no mérito e a desigualdade: a recepção da telenovela no horário nobre. Porto Alegre: Sulina, 2012.

RONSINI, V. M. Telenovelas e a questão da feminilidade de classe. Matrizes. Ano 10, n.2. Maio/Ago. 2016, p.45-60.

SAFFIOTI, H.I.B. Rearticulando gênero e classe social. In: COSTA, A.; BRUSCHINI, C. (Orgs.) Uma questão de gênero. São Paulo: Rosa dos Tempos e Fundação Carlos Chagas, 1992.

SAFFIOTI, H.I.B. Gênero, patriarcado, violência. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2004.

Downloads

Publicado

2021-01-19

Como Citar

Depexe, S., Foletto, L. R., Palma, G. B., Pereira, T. N., & dos Santos, F. B. (2021). O sexo e o amor sob a ótica de receptoras de telenovelas do horário nobre. Mídia E Cotidiano, 15(1), 70-91. https://doi.org/10.22409/rmc.v15i1.42837