O Agrotóxico não é pop: como as narrativas hegemônicas e contra-hegemônicas constroem os processos de comunicação entre campo e cidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/ppgmc.v13i2.27668

Palavras-chave:

mídia, políticas públicas

Resumo

O presente artigo analisa como a vinculação entre o sistema alimentar e o sistema midiático, ambos globais e hegemônicos, tendem a enfraquecer a capacidade de contextualizar e englobar problemas como a fome e as desigualdades. Por meio da construção de narrativas baseadas em uma racionalidade econômica e técnico-científica, agronegócio se empenha em naturalizar um modelo agrário/agrícola insustentável. Por outro lado, as narrativas contra hegemônicas, pautadas na agroecologia, apontam as contradições e politizam o debate da produção de alimentos ao anunciar outros modos de comunicar, produzir alimentos e viver. Nas duas narrativas há um esforço para aproximar campo e cidade. Desde a década de 80 até o período atual, a pauta dos agrotóxicos se mostrou vigorosa para demonstrar que esses processos comunicativos podem promover dominações e emancipações.

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Biografia do Autor

Juliana Dias Rovari Codeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro/pós-doutoranda (Instituto Nutes)

Pós-doutoranda em Educação em Ciências e Saúde (Instituto Nutes/UFRJ); doutora em História das Ciências, das Técnicas e Epistemologia (HCTE/UFRJ); mestra em Educação em Ciências e Saúde (Instituto Nutes/UFRJ); bacharel em Comunicação Social (Facha/RJ). 

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Publicado

2019-08-30

Como Citar

Rovari Codeiro, J. D. (2019). O Agrotóxico não é pop: como as narrativas hegemônicas e contra-hegemônicas constroem os processos de comunicação entre campo e cidade. Mídia E Cotidiano, 13(2), 220-242. https://doi.org/10.22409/ppgmc.v13i2.27668