Quando tudo se inflama: levantes, violência, imagem
DOI:
https://doi.org/10.22409/rmc.v15i2.48844Palavras-chave:
Levantes, Violência, Imagem, Racismo, FotografiaResumo
Este trabalho tem por objetivo analisar e discutir dimensões estéticas e políticas de imagens fotográficas alusivas aos atos e protestos antirracistas ocorridos em 2020. O objetivo é tensionar as diferentes figurações da violência nas imagens de manifestações do movimento #vidasnegrasimportam e das mobilizações pelo Dia da Consciência Negra no Brasil, buscando discutir: a experiência da violência como motivação das insurgências, a violência subjacente aos gestos de sublevação, a violência empreendida para controlar os levantes e, por fim, a força percussiva das próprias imagens. Colocar essas imagens sob escrutínio significa, de um ponto de vista metodológico, fazer não apenas uma crítica dos levantes, mas propor também uma crítica da violência e do modo como as imagens operam diante das potências e formas de poder que atravessam essas manifestações em diferentes direções. Às imagens em análise, selecionadas com base, principalmente, em sua ampla circulação, coube fazer uma síntese das emoções da revolta e testemunhar, a partir do olho da história, os momentos em que o monopólio da violência é exercido e também posto à prova, em que a violência se opõe à própria violência, em que tudo se inflama e o páthos da indignação é não somente representado, mas também visualmente expresso.
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