Mulheres curdas sob a perspectiva cinematográfica: uma discussão sobre o filme Filhas do Sol
DOI:
https://doi.org/10.22409/rmc.v16i1.51283Palavras-chave:
Cinema, Feminismo, Orientalismo, Curdistão, Filhas do SolResumo
Este artigo levanta uma discussão sobre o filme Filhas do Sol (2018), dirigido pela cineasta francesa Eva Husson, considerando as representações do povo curdo e suas lutas, sobretudo a resistência feminina ao Estado Islâmico. O objetivo é avaliar de que forma o filme estabelece e apresenta a situação curda – na oposição Ocidente/Oriente – em relação à representatividade feminina, principalmente como uma nova forma de retratar conflitos armados em produções audiovisuais e, também, no trabalho de cobertura jornalística, uma vez que, em geral, a questão curda é pouco pautada no Ocidente devido à distância geográfica e às diferenças culturais. Tomamos os elementos narrativos do filme enquanto materiais discursivos de grande relevância estética e política ao produzirem discursos que, muitas vezes, parecem distantes do espectador, mesmo sendo uma narrativa ficcional baseada em acontecimentos reais. Para tanto, utilizamos referenciais teóricos que fundamentam alguns conceitos pertinentes a tal discussão, como orientalismo, representações sociais, identidade cultural, discurso, além da contextualização geopolítica e social do Curdistão e seus territórios relacionados.
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